São Paulo, terça-feira, 22 de fevereiro de 2005

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Congressistas destinam cotas a bases eleitorais

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Não há diferença entre o baixo clero e o alto clero do Congresso quando o assunto é emenda individual no Orçamento. Deputados e senadores esgotaram a cota individual de R$ 3,5 milhões a que tiveram direito para destinar dinheiro público a projetos em suas bases eleitorais. Esperam agora que as verbas sejam liberadas pelo governo.
Severino Cavalcanti (PP-PE), que virou presidente da Câmara como representante do baixo claro, repartiu sua cota em 16 emendas. A mais cara delas destina R$ 1,2 milhão a obras de infra-estrutura urbana em pequenos municípios de Pernambuco. O deputado manda valores menores (R$ 50 mil) para compra de equipamentos hospitalares em Vertente do Lério e para um posto de saúde em Surubim.
O novo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), alto clero há anos, dividiu sua cota em apenas quatro emendas. A maior fatia, R$ 2,2 mi, apóia obras para estímulo ao turismo na praia de Barra de Santo Antônio, em Alagoas. Seu antecessor, José Sarney (PMDB-AP), reservou R$ 175 mil para a construção de quadra de esportes no Oiapoque.
Ginásios esportivos, calçamentos em municípios, postos de saúde e obras de saneamento e para estimular o turismo são exemplos de projetos que mais atraem a atenção dos congressistas.
No ano passado, os compromissos de gastos -primeiro passo para a liberação do dinheiro pelo Executivo- com esse tipo de projeto somaram pelos menos R$ 641 milhões, ou o equivalente a quatro aerolulas. As emendas individuais tinham então, valor menor: R$ 2,5 milhões. (MS)


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