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ELEIÇÃO ENGESSADA
Para Temer, definição do nome para a chapa de Serra esvaziaria oposições regionais à coligação
PMDB apressa vice para barrar pressões
MARIA INÊS NASSIF
DA REPORTAGEM LOCAL
O PMDB quer definir o nome
peemedebista na chapa de José
Serra até o fim desta semana.
"Nós queremos consolidar a posição de principal parceiro do
PSDB", afirmou ontem o presidente do partido, Michel Temer.
Para o dirigente partidário, uma
definição rápida da aliança nacional poderá esvaziar as pressões regionais contra a coligação.
As pressões dos diretórios regionais do PMDB sobre a direção
nacional do partido se acentuaram depois da decisão final do
STF (Supremo Tribunal Federal)
sobre a obrigatoriedade de verticalização das alianças eleitorais,
na última quinta-feira.
O STF referendou decisão do
TSE (Tribunal Superior Eleitoral),
que proibiu os partidos nos Estados de fazerem coligações diferentes das definidas nacionalmente. Para muitos diretórios estaduais do PMDB, seria mais vantajoso não ter nenhuma coligação
nacional -o que permitiria a eles
fazer a aliança que fosse mais conveniente nos Estados.
A movimentação de alguns Estados contra a coligação com o
PSDB nacional levou as direções
nacionais a reabrirem as negociações. Temer reuniu-se ontem
com o presidente do PSDB, José
Aníbal, para discutir os problemas regionais da aliança entre os
dois partidos. Os dois terão mais
duas rodadas de conversas, hoje e
amanhã. "Estamos encaminhando a solução das divergências regionais", afirmou Temer. "Se nós
conseguirmos resolver a maioria
delas, a aliança estará garantida."
A outra medida preventiva contra a reação de diretórios estaduais será a de definir rapidamente o candidato a vice do PMDB na
chapa de Serra. "Nós queremos
consolidar a aliança", disse Temer. "Com uma definição nacional mais clara, as reações nos estados ficam parcialmente neutralizadas", concordou Aníbal.
Após o encontro com Aníbal,
Temer minimizou os problemas
de relacionamento nas duas legendas em Mato Grosso. "Lá a
restrição é pessoal, do governador
Dante de Oliveira [PSDB"." José
Aníbal garantiu a Temer que o
PSDB no Acre, tradicional aliado
do PT local, estará coligado com o
PMDB. "Está resolvido também o
problema de Rondônia", afirmou
Aníbal.
O presidente do PMDB, por sua
vez, depositou as suas esperanças
de uma solução em Minas a gestões que serão feitas pelo presidente da Câmara, o tucano Aécio
Neves. De lá, o governador Itamar
Franco, do PMDB, posicionou-se
contra o partido fechar uma
aliança nacional com os tucanos.
Aníbal e Temer não acreditam
que a posição do senador Renan
Calheiros (PMDB-AL) possa ser
um obstáculo definitivo à união
das duas legendas nacionalmente.
Renan precisaria do apoio do PSB
do governador Ronaldo Lessa para garantir sua reeleição para o Senado. Faz parte do "pacote" de soluções regionais, no entanto, alguma tolerância a soluções informais, como coligações brancas
com adversários estaduais.
O dirigente peemedebista apenas colocou na lista de problema
político de difícil solução o de
Goiás, onde o governador tucano
Marconi Perillo se opõe ao grupo
do peemedebista Maguito Vilela.
Vilela negociava, antes da decisão
final sobre a verticalização, o
apoio do PT. No Ceará, onde os
dois grupos são inconciliáveis
mas ambos têm candidatos -o
PMDB vai sair com o candidato
Sérgio Machado, e o PSDB, com
Lúcio Alcântara- a solução fica
mais simples. Basta que Serra esteja nos dois palanques.
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