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Para coordenador,
chacina começou
depois de ofensa
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CACOAL (RO)
A chacina na terra indígena
Roosevelt começou quando
um garimpeiro chamou os cinta-larga de "vagabundos" e
"preguiçosos". "Um guerreiro
não agüentou e meteu a flecha", disse o coordenador da
Funai, Walter Fontoura Blós.
Os índios mataram 29 garimpeiros de diamantes no dia 7.
Blós disse que eles estavam em
um grupo de 200 homens que
invadiram a reserva e foram
surpreendidos pelos índios.
O coordenador da Funai afirmou que os índios não tinham
acordo com garimpeiros para
permitir a entrada deles na
área. Sobreviventes da chacina
ouvidos pela Agência Folha
afirmaram que houve permissão de um grupo de cinta-larga.
Ainda segundo Blós, o garimpeiro Francisco das Chagas Alves Saraiva, 40, conhecido como Baiano Doido, foi quem
xingou os índios e recebeu a
primeira flechada. Os cinta-larga usaram espingardas, lanças
e flechas. Outros dois garimpeiros ligados a Baiano Doido
foram mortos a seguir.
Os índios deixaram os três
mortos no local e amarraram
os demais para entregá-los na
barreira mantida pela Funai e
pela Polícia Militar Florestal na
entrada da terra indígena. A 2
km do local onde ocorreram as
primeiras mortes, os guerreiros decidiram matar todos os
26. "Um garimpeiro falou para
o outro que retornaria [à terra
indígena] para fazer uma tocaia. Os índios ouviram e resolveram matar", afirmou Blós.
Segundo informações divulgadas ontem pelo chefe da
equipe que realizou a necropsia, Claudio de Paula, do Instituto Médico Legal de Porto Velho (RO), dos 29 mortos, 26 foram encontrados com as mãos
amarradas com cipós e tiveram
como causa mortis pancadas
de instrumentos como tacapes.
Um deles recebeu um tiro de
carabina na perna.
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