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TODA MÍDIA
Primavera no FMI
Bem que o Jornal Nacional se
esforçou, em manchete:
- O FMI se declara otimista
com o Brasil.
Mas não era bem assim. Em
contraste, no UOL:
- Previsão do FMI: Brasil
cresce menos entre emergentes.
No título ainda mais negativo
da agência Reuters, reproduzido
por todo lado:
- FMI vê "vulnerabilidade
significativa" no Brasil.
Há semanas que o país ouve
opiniões assim dos analistas
atuais do Fundo. O "Financial
Times" de ontem talvez ajude a
entender, com uma reportagem
em que anunciou a Primavera
de Washington:
- Quando ministros e bancos
centrais do mundo se juntarem
no fim de semana para a reunião
do FMI, a conversa será sobre
mudança na liderança.
O Fundo está há seis semanas
sem seu diretor. Deve eleger o
espanhol Rodrigo Rato, apoiado
de início por Brasil e uns outros
-depois por EUA e agora pela
União Européia.
Seria uma mudança e tanto,
mas não o bastante para reagir à
torrente de críticas. O Fundo,
diz o "Financial Times", "está
sendo puxado em direções
opostas" por países emergentes
e desenvolvidos.
O jornal destaca a opinião do
economista Joseph Stiglitz, que
foi do Banco Mundial. Ele não
quer nem o espanhol Rato e diz
que é hora de um diretor com
"experiência de ministro ou de
presidente de banco central de
um país emergente".
Michael Hardt, professor da
universidade Duke e co-autor
de "Império", tem interpretação
própria sobre o enfrentamento
de Brasil e FMI, em entrevista ao
Dissentvoice.org, da esquerda
americana:
- Não faria sentido abrir
guerra ao FMI. Na configuração
global de hoje, o chefe de Estado
não tem alternativa a não ser se
acomodar às exigências do FMI.
O que Lula pode buscar é fazê-lo
de forma que leve suas políticas
para a frente.
Hardt criticou o "irrealismo"
da esquerda do PT. E completou
sua opinião:
- As possibilidades (globais)
oferecidas por um governo Lula
e um governo Néstor Kirchner
são enormes. É um caminho em
que as configurações regionais
podem influenciar o andamento
de muitas das decisões em nível
global.
ELEFANTE
"New York Times" e outros mostraram como vivem
hoje os alunos e pais da Columbine, a escola em que, há
cinco anos, dois estudantes realizaram um massacre.
A revista on-line Slate.com traz o perfil psicológico que
o FBI fez dos dois. Um era depressivo, o outro psicopata.
A Slate derruba alguns dos mitos criados então: eles não
eram "perdedores", pelo contrário, tinham festa com
amigos todo fim de semana; e não gostavam de Marilyn
Manson, pelo contrário, eles o "odiavam" e apreciavam,
segundo o diário deles, "techno, tipo Prodigy, Orbital".
Um mito que se confirmou no diário: os dois pensaram,
de fato, em tomar um avião e jogar sobre Nova York.
PS - Se você não suportou aqueles estudantes andando
sem parar em "Elefante", o filme que retrata Columbine,
entre no site do jogo Counter-strike. O filme é um game.
LIBERAÇÃO
O ministro Gilberto Gil foi ao Museu de Arte Moderna,
em São Paulo, e tornou pública uma possível solução
-de que poucos falam, mas muitos concordam- para
a violência que tomou o Rio de Janeiro.
A rádio Jovem Pan destacou. De uma repórter, depois
de ouvir Gil lamentar os confrontos:
- Onde está a solução?
E o ministro:
- Não sei. Não sei, não. Eu posso ter... Como cidadão,
eu posso ter algumas idéias. E uma delas, com que muita
gente concorda, mas que é uma questão difícil, que é o
desaparecimento do tráfico com a liberação.
No Rio
A situação aparentemente sem
saída da violência no Rio leva a
opiniões extremas.
O jornalista Zuenir Ventura,
no site Nominimo.com, joga a
"culpa" naqueles que votaram na
família Garotinho:
- O Rio de Janeiro é metido a
crítico, esperto, perspicaz, mas
não sabe votar.
Quem manda
Alguns jornais pela América
Latina, como o mexicano "La
Crónica de Hoy", destacaram
uma das conclusões paralelas do
estudo das Nações Unidas sobre
democracia.
Para 231 "líderes de opinião"
ouvidos em 18 países da região,
não são os governantes eleitos
que detêm o poder.
Para 79,7%, quem manda são
"grupos econômicos, financeiros
e empresariais". Para 65,2%, são
"meios de comunicação". Para
distantes 36,4%, finalmente, é o
Poder Executivo.
Voto eletrônico
Se a democracia por aqui não é
bem cotada, o voto eletrônico
brasileiro vai bem, pelo mundo.
Jornais como o "Wall Street
Journal" noticiam as eleições na
Índia destacando que é feita por
computador, "a exemplo do que
ocorre no Brasil".
E a agência espanhola EFE, em
vários jornais latino-americanos,
noticiou ontem que especialistas
do Tribunal Superior Eleitoral
do Brasil estão no Equador, para
mostrar como se faz.
Efeito Lula
Segundo o "Financial Times",
o favorito para o lugar de Vicente
Fox no México, o esquerdista
Andrés Obrador, vem dividindo
o empresariado local.
Uns sonham com um "efeito
Lula", imaginando que é "um
novo Lula" que faria reformas
apoiadas por eles. Outros temem
que não passe de um novo Hugo
Chávez, "que jogou a Venezuela
na crise".
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VERDE Sites do Greenpeace no Brasil e pelo mundo destacam o esforço da organização no combate aos transgênicos no Brasil, com direito a cenas de navios abordados por seu barco brasileiro (acima)
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