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ELEIÇÕES 2004
Governador de São Paulo vai interferir em processo de escolha do candidato do PSDB à prefeitura da capital
Alckmin escolhe Saulo e tenta barrar prévia
JULIA DUAILIBI
DA REPORTAGEM LOCAL
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, deverá anunciar
apoio à candidatura do secretário
da Segurança Pública, Saulo de
Castro Abreu Filho, à prefeitura
paulistana, a fim de tentar evitar
que o PSDB realize a pré-convenção, marcada nesta semana para o
dia 16 de maio.
Em uma defesa velada a Saulo, e
antecipando o que deverá ser
uma estratégia de campanha, caso o secretário seja mesmo o candidato do PSDB, o governador
culpou o governo federal pela falta de segurança no país.
Ontem Alckmin admitiu publicamente que deverá anunciar, como "militante e filiado", em data
próxima à convenção, o nome do
tucano que receberá o seu apoio.
"O governo do Estado não tem
candidato. Isso não é uma tarefa
de governo. Eu, enquanto militante e filiado, no momento certo,
vou declarar em quem vou votar",
disse. Ao ser questionado sobre se
o seu candidato será Saulo, Alckmin respondeu: "Pode ser". E
completou: "Mas não é no dia 16
de maio? Está longe".
Alckmin deverá aguardar o movimento dos outros três pré-candidatos do partido nos próximos
15 dias antes de anunciar seu
apoio ao secretário. Na avaliação
de pessoas próximas ao governador, ao divulgar publicamente o
nome de seu candidato, o tucano
pretende inibir as outras pré-candidaturas do PSDB e evitar a prévia antecipada na qual seria testada a sua força dentro da legenda.
Os deputados federais Walter
Feldman e Zulaiê Cobra e o ex-presidente do PSDB José Aníbal,
no entanto, insistem em manter
suas pré-candidaturas.
Alckmin defendeu a pré-convenção, solução encontrada até o
momento pelo PSDB para definir
o candidato do partido na eleição
paulistana, já que não existe consenso em torno de um nome.
"O PSDB tomou uma decisão
que me parece correta, adequada.
[A pré-convenção] mostra vitalidade do partido", disse.
Sem tradição
Votarão na prévia antecipada
980 delegados tucanos. Pode ser
suspensa se o presidente do
PSDB, José Serra, decidir sair candidato. O tucano, no entanto, já
declarou não querer participar da
disputa. Feldman, Zulaiê e Aníbal
aceitam abrir mão das candidaturas em favor de Serra, mas não de
Saulo, considerado por eles um
nome sem tradição no partido.
Sem citar Saulo, Alckmin disse
que a criminalidade no país está
se "agravando" e que, para coibi-la, é necessário aumentar os esforços contra a entrada de armas no
Brasil e o tráfico de drogas, além
de melhorar o policiamento nas
fronteiras. Todas essas ações dizem respeito à Polícia Federal, ligada ao Ministério da Justiça.
O tucano afirmou que no encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na próxima segunda-feira, tratará do "problema
grave na área de segurança".
Para o governador, a situação
da segurança "está se agravando"
em razão da questão econômica e
do baixo crescimento do país.
"A gravidade da situação da segurança no país até uma criança
enxerga. A situação está se agravando em razão da questão econômica, do baixo crescimento e
das dificuldades todas nessas
áreas", disse o tucano, após cerimônia de criação do Conselho
dos Povos Indígenas do Estado.
Disse que o dinheiro de dois
fundos que prevêem recursos para o setor, o Fupen (Fundo Penitenciário Nacional) e o Fundo Nacional de Segurança Pública, não
foi enviado pelo governo federal.
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