São Paulo, segunda-feira, 22 de maio de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

"Queda é visível" diz líder do MST

FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA,

EM RECIFE

O coordenador estadual do MST em Pernambuco, Jaime Amorim, afirmou que a queda de renda no campo é visível e contribui para o aumento dos conflitos agrários no país.
"Em Pernambuco, trabalhadores que fazem hoje parte do movimento são ex-rendeiros (homens que trabalham em terras de terceiros) ou ex-pequenos produtores rurais. A maioria era trabalhador da cana que perdeu o emprego com a crise do setor sucro-alcooleiro", disse o dirigente do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
Segundo Amorim, há no movimento lavradores que viviam da produção de tomate no município de Pesqueira. "A falência do pólo produtor de tomate fez com que muitos tivessem que dar suas terras como pagamento."
"Esses homens vivem da terra. Procuraram o MST em busca de uma nova chance", diz Amorim.
O presidente do Sindicato dos Cultivadores de Cana do Estado de Pernambuco, Gérson Carneiro Leão, afirma que há dez anos Pernambuco produzia 26 milhões de toneladas de cana em uma safra.
"Na safra passada (setembro a abril), produzimos 11 toneladas. Empregávamos 250 mil pessoas. Hoje, 120 mil no período de colheita e 60 mil na entressafra."
Para o produtor de cana, a situação no Estado é grave porque a cana ainda representa 40% da atividade agrícola em Pernambuco.
"Falta crédito para o pequeno, o médio e o grande cultivador de cana no país e o governo federal não prioriza o Proálcool (programa de incentivo do álcool)."


Texto Anterior: Concentração de renda diminui
Próximo Texto: Movimento faz protestos no RS
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.