DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O procurador da República em Brasília Guilherme Schelb disse que reabrirá a investigação sobre o socorro do Banco Central ao banco Marka e que um dos alvos da apuração será o suposto envolvimento do ministro Pedro Malan (Fazenda), do ex-ministro-chefe da Casa Civil Clóvis Carvalho e da diretora de fiscalização do BC, Tereza Grossi.
Schelb afirmou que Malan e Carvalho não figuram como réus em nenhuma das três ações de improbidade administrativa propostas pelo Ministério Público Federal em razão da ajuda financeira do Banco Central aos bancos Marka e FonteCindam, em janeiro de 1999. Ele disse que pedirá à Justiça Federal de Brasília que julgue rapidamente esses processos, afirmando que a tramitação pode ser acelerada porque não haveria, nesse caso, a necessidade de produção de provas.
O procurador considera que há informações novas que justificam a reabertura do caso e reforçam a suspeita, já existente antes, sobre a existência de esquema para obtenção de vantagens econômicas por meio do fornecimento de informações privilegiadas.
Procuradores da República no Rio de Janeiro estão responsáveis por apurar os desdobramentos criminais do caso. No ano passado, o dono do Marka, Salvatore Cacciola, teve a prisão ordenada em ação penal instaurada no Rio, mas o decreto de prisão foi suspenso pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e restabelecido depois pela Justiça.
O Ministério Público Federal em Brasília está encarregado das investigações na área civil. Em julho de 2000, obteve liminar que ordenava o afastamento de Tereza Grossi do cargo de diretora de fiscalização do BC. A decisão judicial foi em seguida cassada.
Schelb disse que o objetivo da reabertura das investigações é apurar fatos e não pessoas. "Vamos investigar vários aspectos, inclusive o envolvimento de autoridades." As três ações de improbidade em tramitação na Justiça Federal de Brasília tratam do socorro financeiro do BC aos fundos do Marka, ao próprio Marka e ao FonteCindam.



Texto Anterior: Diretora do BC merece confiança, diz Fraga
Próximo Texto: CPI dos Bancos engavetou quebra de sigilos de Grossi
Índice