São Paulo, terça-feira, 22 de maio de 2001

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"Dou R$ 1 milhão para quem me mostrar a fita", diz ex-banqueiro

GUILHERME BARROS
EDITOR DO PAINEL S.A.

"Dou R$ 1 milhão para quem me mostrar a fita do Cacciola e mais R$ 1 milhão se encontrarem minha voz nessa fita." A declaração é do ex-presidente do Banco Pactual Luiz César Fernandes, 56, ao responder às acusações feitas pelo ex-presidente do banco Marka Salvatore Alberto Cacciola, publicadas nesse fim de semana, de que ele seria o autor da operação da venda de informações privilegiadas do Banco Central para o mercado.
Fernandes nega seu envolvimento na operação, mas não pretende entrar com uma ação contra Cacciola.
O ex-dono do Marka também acusa Fernandes de ter chantageado seus sócios do Pactual, quando estourou o escândalo do caso Marka, com o objetivo de vender sua parte no banco em condições favoráveis.
O ex-sócio do Pactual afirma que tudo isso é fantasioso. Ele diz que já saiu do Pactual há dois anos e não pretende mais voltar a falar sobre o assunto.

Mentiras
A pessoas próximas, Fernandes afirma que Cacciola está mentindo quando faz todas essas acusações contra ele, mas sabe explicar o que levou o ex-dono do Marka a fazer esse ataque contra ele. Fernandes designou o advogado Sérgio Bermudes para responder por ele nesse caso, a partir de agora.
Desde que saiu do Pactual, Luiz César Fernandes tratou de se dedicar a alguns pequenos negócios na sua residência, a Fazenda Marambaia, que fica na região de Corrêas, próxima a Petrópolis, no Rio de Janeiro. É de lá que ele toca seus novos negócios, entre eles uma parceria com o banco francês Credit Lyonnais e algumas operações voltadas para a internet.
Fundador do Pactual, Fernandes vendeu seus 14% de participação no banco em junho de 1999, pouco depois de ter estourado o escândalo da venda de informações privilegiadas do BC.
As verdadeiras razões da saída de Fernandes do banco nunca foram reveladas.
Na época, falou-se em desentendimento entre ele e o sócio André Esteves, apontado em reportagens desse fim de semana como uma pessoa de bom relacionamento com os informantes do esquema do Banco Central.



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