São Paulo, terça-feira, 22 de maio de 2001

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AMAZONAS

Pefelista é acusado de improbidade administrativa

STJ abre inquérito para investigar denúncias contra Amazonino

KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS

A Corte Especial do STJ (Superior Tribunal de Justiça) instaurou ontem inquérito para apurar suspeitas de fraude, superfaturamento em licitações e improbidade administrativa contra o governador do Amazonas, Amazonino Mendes (PFL).
O inquérito tem como base as acusações do ex-presidente da Companhia Enérgica do Amazonas Fernando Bonfim, que, em depoimento ao Ministério Público Federal em 1997, disse ser o testa-de-ferro de Amazonino na construtora Econcel.
Em depoimento à Polícia Federal, Bonfim disse ainda que o governador seria sócio oculto em mais duas empreiteiras, Exata e Capa, dos irmãos Suheil e Otávio Neves. Até 1995, durante o segundo governo de Amazonino, a Econcel figurou como a principal empreiteira na prestação de serviços ao governo, tendo faturado R$ 48,8 milhões em obras para a Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), o governo do Amazonas e a Prefeitura de Manaus.
Assumiu depois o papel principal a construtora Exata, que recebeu em obras R$ 71,2 milhões, e a Capa, com R$ 30,7 milhões.
A Exata é a controladora da empresa Amazonas Ecopeixe, que está sendo investigada pelo Ministério Público Federal por irregularidades no uso de recursos da Sudam. Em 92, Amazonino firmou um contrato de mútuo [uma sociedade indireta" com a Exata no valor de US$ 550 mil. Até 1995, morou em uma casa de Otávio Neves no bairro do Tarumã, zona oeste de Manaus.
Segundo nota divulgada pelo STJ, o relator do inquérito, ministro Nilson Naves, deferiu pedido de diligências da subprocuradora-geral da República Yedda de Lourdes Pereira e determinou que ontem mesmo Amazonino fosse oficializado a prestar informações sobre o assunto.
De acordo com Sérgio Lauria Ferreira, procurador da República no Amazonas, Bonfim afirmou em depoimento que teria obtido, na qualidade de "testa-de-ferro" de Amazonino, a empresa Econcel e "vários favorecimentos em licitações públicas realizadas pelo governo do Amazonas". Esse é um dos cinco processos que envolvem o governador do Amazonas em acusações de corrupção.
Tramitam no STJ e na Procuradoria Geral da República processos nos quais Amazonino é acusado de compra de votos para a reeleição de FHC, superfaturamento na compra de geradores para a Companhia Energética do Amazonas, envio de dólares para o exterior na conta do empresário Juarez Barreto Filho e enriquecimento ilícito na construção de sua nova casa.


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