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AMAZONAS
Pefelista é acusado de improbidade administrativa
STJ abre inquérito para investigar denúncias contra Amazonino
KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
A Corte Especial do STJ (Superior Tribunal de Justiça) instaurou ontem inquérito para apurar
suspeitas de fraude, superfaturamento em licitações e improbidade administrativa contra o governador do Amazonas, Amazonino
Mendes (PFL).
O inquérito tem como base as
acusações do ex-presidente da
Companhia Enérgica do Amazonas Fernando Bonfim, que, em
depoimento ao Ministério Público Federal em 1997, disse ser o testa-de-ferro de Amazonino na
construtora Econcel.
Em depoimento à Polícia Federal, Bonfim disse ainda que o governador seria sócio oculto em
mais duas empreiteiras, Exata e
Capa, dos irmãos Suheil e Otávio
Neves. Até 1995, durante o segundo governo de Amazonino, a
Econcel figurou como a principal
empreiteira na prestação de serviços ao governo, tendo faturado
R$ 48,8 milhões em obras para a
Suframa (Superintendência da
Zona Franca de Manaus), o governo do Amazonas e a Prefeitura
de Manaus.
Assumiu depois o papel principal a construtora Exata, que recebeu em obras R$ 71,2 milhões, e a
Capa, com R$ 30,7 milhões.
A Exata é a controladora da empresa Amazonas Ecopeixe, que
está sendo investigada pelo Ministério Público Federal por irregularidades no uso de recursos da
Sudam. Em 92, Amazonino firmou um contrato de mútuo [uma
sociedade indireta" com a Exata
no valor de US$ 550 mil. Até 1995,
morou em uma casa de Otávio
Neves no bairro do Tarumã, zona
oeste de Manaus.
Segundo nota divulgada pelo
STJ, o relator do inquérito, ministro Nilson Naves, deferiu pedido
de diligências da subprocuradora-geral da República Yedda de
Lourdes Pereira e determinou
que ontem mesmo Amazonino
fosse oficializado a prestar informações sobre o assunto.
De acordo com Sérgio Lauria
Ferreira, procurador da República no Amazonas, Bonfim afirmou
em depoimento que teria obtido,
na qualidade de "testa-de-ferro"
de Amazonino, a empresa Econcel e "vários favorecimentos em
licitações públicas realizadas pelo
governo do Amazonas". Esse é
um dos cinco processos que envolvem o governador do Amazonas em acusações de corrupção.
Tramitam no STJ e na Procuradoria Geral da República processos nos quais Amazonino é acusado de compra de votos para a reeleição de FHC, superfaturamento
na compra de geradores para a
Companhia Energética do Amazonas, envio de dólares para o exterior na conta do empresário
Juarez Barreto Filho e enriquecimento ilícito na construção de
sua nova casa.
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