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RUMO A 2002
Deputado, vencido por Quércia na convenção estadual do partido, reúne aliados para decidir futuro político
Grupo de Temer insinua saída do PMDB
FÁBIO ZANINI
DA REPORTAGEM LOCAL
O deputado Michel Temer reúne hoje em Brasília os deputados
que o apoiaram na disputa pelo
controle do diretório paulista do
PMDB. A conversa discutirá o futuro político do grupo. Uma das
possibilidades é a saída dos parlamentares do partido.
Anteontem, Temer perdeu a
convenção estadual para o ex-governador Orestes Quércia.
Nove dos 11 deputados federais
do PMDB paulista apoiaram a
chapa de Temer. Parte do grupo
deve deixar o partido até o início
de outubro, a tempo de disputar a
reeleição por outra legenda.
"Infelizmente, o partido não ouviu a nossa proposta e preferiu o
atraso. Nosso espaço está limitado. Muitos companheiros podem
chegar à conclusão de que é a hora
de arrumar as malas", diz o deputado Nelo Rodolfo, um dos que
avaliam a possibilidade de sair.
Os deputados José Índio e Paulo
Lima, que, a exemplo de Rodolfo
são novatos no partido, também
poderiam procurar espaço em
outras legendas. Fala-se até em
fundar novo partido.
Os parlamentares com mais
tempo no partido -caso de Temer, Milton Monti e Wagner Rossi- ainda têm esperanças de ficar
e conseguir espaço. Mas não descartam a possibilidade de sair.
No momento, a sigla com mais
chances de filiar o grupo de Temer é o PPS, que precisa de um
candidato ao governo de São Paulo para ajudar a campanha presidencial de Ciro Gomes.
Temer, que agora tem chances
pequenas de ser o candidato do
PMDB ao governo, poderia assim
realizar seu projeto. Ele diz que a
saída do partido é só "boato".
Ontem, houve contatos entre o
grupo do deputado e líderes do
PPS, como os deputados João
Herrmann (federal) e Arnaldo
Jardim (estadual). O acordo esbarra na oposição que o PPS faz
ao governo federal, com quem
Temer tem relação próxima.
Outros que cortejam os deputados são PTB, PSB e PSDB. "Somos
a noiva da vez. Mas nada será decidido agora", diz Monti.
Segundo o deputado Rossi, a
reunião de hoje não vai discutir
unicamente a possibilidade de
desfiliação. "Pode haver a saída de
deputados. Mas ainda quero tentar oxigenar o PMDB-SP."
Os militantes ligados a Temer
também não vão participar da
Executiva estadual. "Quércia queria que tivéssemos 2 dos 13 integrantes, apesar de termos obtido
44% dos votos. É inaceitável", diz
o deputado Ricardo Izar. Quércia
rebate as acusações, dizendo que
ganhou o PMDB "de base". "Queremos unir o partido. Estou certo
de que os companheiros ligados
ao Temer não sairão do PMDB."
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