São Paulo, terça-feira, 22 de maio de 2001

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RUMO A 2002

Deputado, vencido por Quércia na convenção estadual do partido, reúne aliados para decidir futuro político

Grupo de Temer insinua saída do PMDB

FÁBIO ZANINI
DA REPORTAGEM LOCAL

O deputado Michel Temer reúne hoje em Brasília os deputados que o apoiaram na disputa pelo controle do diretório paulista do PMDB. A conversa discutirá o futuro político do grupo. Uma das possibilidades é a saída dos parlamentares do partido.
Anteontem, Temer perdeu a convenção estadual para o ex-governador Orestes Quércia.
Nove dos 11 deputados federais do PMDB paulista apoiaram a chapa de Temer. Parte do grupo deve deixar o partido até o início de outubro, a tempo de disputar a reeleição por outra legenda.
"Infelizmente, o partido não ouviu a nossa proposta e preferiu o atraso. Nosso espaço está limitado. Muitos companheiros podem chegar à conclusão de que é a hora de arrumar as malas", diz o deputado Nelo Rodolfo, um dos que avaliam a possibilidade de sair.
Os deputados José Índio e Paulo Lima, que, a exemplo de Rodolfo são novatos no partido, também poderiam procurar espaço em outras legendas. Fala-se até em fundar novo partido.
Os parlamentares com mais tempo no partido -caso de Temer, Milton Monti e Wagner Rossi- ainda têm esperanças de ficar e conseguir espaço. Mas não descartam a possibilidade de sair.
No momento, a sigla com mais chances de filiar o grupo de Temer é o PPS, que precisa de um candidato ao governo de São Paulo para ajudar a campanha presidencial de Ciro Gomes.
Temer, que agora tem chances pequenas de ser o candidato do PMDB ao governo, poderia assim realizar seu projeto. Ele diz que a saída do partido é só "boato".
Ontem, houve contatos entre o grupo do deputado e líderes do PPS, como os deputados João Herrmann (federal) e Arnaldo Jardim (estadual). O acordo esbarra na oposição que o PPS faz ao governo federal, com quem Temer tem relação próxima.
Outros que cortejam os deputados são PTB, PSB e PSDB. "Somos a noiva da vez. Mas nada será decidido agora", diz Monti.
Segundo o deputado Rossi, a reunião de hoje não vai discutir unicamente a possibilidade de desfiliação. "Pode haver a saída de deputados. Mas ainda quero tentar oxigenar o PMDB-SP."
Os militantes ligados a Temer também não vão participar da Executiva estadual. "Quércia queria que tivéssemos 2 dos 13 integrantes, apesar de termos obtido 44% dos votos. É inaceitável", diz o deputado Ricardo Izar. Quércia rebate as acusações, dizendo que ganhou o PMDB "de base". "Queremos unir o partido. Estou certo de que os companheiros ligados ao Temer não sairão do PMDB."


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