São Paulo, quarta-feira, 22 de maio de 2002

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CARAJÁS

Oliveira muda versão que deu em 99 e nega que tropa tenha atirado em sem-terra

Major culpa coronel por massacre

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM

O major José Maria Oliveira, um dos oficiais que comandou a PM em Eldorado do Carajás, caiu em contradição ontem em relação ao depoimento anterior dado por ele à Justiça do Pará, em 99.
Oliveira era o comandante da 1ª Companhia Independente da Polícia Militar de Parauapebas (PA) no confronto que deixou 19 sem-terra mortos e 69 feridos durante a desobstrução da rodovia PA-150, no sul do Pará, em 17 de abril de 1996. Anteriormente, ele dissera que sua tropa havia disparado tiros no conflito, mas ontem negou que seus comandados tivessem atirado contra os sem-terra.
Já o secretário Especial da Defesa Social, Paulo Sette Câmara, admitiu pela primeira vez que a perícia técnica do local foi prejudicada em razão de a PM ter recolhido os corpos e outras evidências instantes depois do confronto. "Houve violação das normas policias", disse o secretário.
Oliveira também sugeriu que parte do 19 sem-terra mortos podem ter sido executados após o confronto. Ele afirmou ter visto cerca de seis corpos quando deixou o local para ir até o município de Eldorado do Carajás chamar um delegado, mas quando retornou encontrou uma camionete com 19 corpos.
O major também responsabilizou o coronel Mário Pantoja e o comandante geral da PM na época, Fabiano Lopes. Na semana passada, Pantoja, comandante da tropa vinda de Marabá (PA), foi condenado a 228 anos de prisão. O capitão Raimundo Almendra Lameira foi absolvido.
A sentença do major será anunciada hoje. O Ministério Público pede a condenação do major por homicídio qualificado. (MS)



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