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CARAJÁS
Oliveira muda versão que deu em 99 e nega que tropa tenha atirado em sem-terra
Major culpa coronel por massacre
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM
O major José Maria Oliveira,
um dos oficiais que comandou a
PM em Eldorado do Carajás, caiu
em contradição ontem em relação ao depoimento anterior dado
por ele à Justiça do Pará, em 99.
Oliveira era o comandante da 1ª
Companhia Independente da Polícia Militar de Parauapebas (PA)
no confronto que deixou 19 sem-terra mortos e 69 feridos durante
a desobstrução da rodovia PA-150, no sul do Pará, em 17 de abril
de 1996. Anteriormente, ele dissera que sua tropa havia disparado
tiros no conflito, mas ontem negou que seus comandados tivessem atirado contra os sem-terra.
Já o secretário Especial da Defesa Social, Paulo Sette Câmara, admitiu pela primeira vez que a perícia técnica do local foi prejudicada em razão de a PM ter recolhido os corpos e outras evidências instantes depois do confronto. "Houve violação das normas
policias", disse o secretário.
Oliveira também sugeriu que
parte do 19 sem-terra mortos podem ter sido executados após o
confronto. Ele afirmou ter visto
cerca de seis corpos quando deixou o local para ir até o município
de Eldorado do Carajás chamar
um delegado, mas quando retornou encontrou uma camionete
com 19 corpos.
O major também responsabilizou o coronel Mário Pantoja e o
comandante geral da PM na época, Fabiano Lopes. Na semana
passada, Pantoja, comandante da
tropa vinda de Marabá (PA), foi
condenado a 228 anos de prisão.
O capitão Raimundo Almendra
Lameira foi absolvido.
A sentença do major será anunciada hoje. O Ministério Público
pede a condenação do major por
homicídio qualificado.
(MS)
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