DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Na sessão de ontem da CCJ, o senador Luiz Estevão (PMDB-DF) procurou sensibilizar os integrantes da comissão falando sobre Deus e sua família e se comparando a Prometeu, personagem da mitologia grega que foi condenado pelos deuses a ter o seu fígado comido por abutres.
O senador também se comparou aos mortos de uma seita indiana, que são colocados em uma torre para que seus corpos sejam devorados por urubus. "Essa situação se compara à situação que estou vivendo aqui, com a diferença que ainda estou vivo. Sinto-me devorado todos os dias", disse.
O relator do processo de cassação na CCJ, senador Romeu Tuma (PFL-SP), provocou risos no plenário ao citar a famosa frase do revolucionário argentino Ernesto Che Guevara. "Hay que endurecer sin perder la ternura", disse ele, explicando em seguida que a CCJ não deveria votar com emoção.
Ao defender Estevão no plenário da comissão, o líder do PMDB no Senado, Jader Barbalho, comparou o colega de bancada a um padre.
"O decoro eclesiástico só pode incidir sobre alguém que seja padre, assim como o decoro parlamentar só diz respeito ao exercício do mandato." Para Jader, assim como para os advogados de Estevão, as acusações não podem suportar o pedido de cassação porque se referem ao período em que ele ainda não era senador.
Após ser derrotado na CCJ, Estevão disse que não pretende renunciar ou deixar o país. Ele afirmou que participará da sessão do Senado e apresentará os mesmos argumentos que expôs na CCJ e no conselho de ética. (RU e FG)


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