São Paulo, sábado, 22 de junho de 2002

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"Economist" vê pressão sobre Lula

DA REDAÇÃO

Em 2002, eleições terão um papel importante na determinação de risco político e econômico em mercados emergentes como o Brasil, a Coréia do Sul, a China e Equador. A avaliação é do EIU (Economist Intelligence Unit) -braço do grupo que publica a prestigiosa revista "The Economist" especializado em pesquisa e análise de vários países, especialmente no aspecto financeiro.
Anteontem, o EIU divulgou relatório sobre os riscos decorrentes desses pleitos. Na parte sobre o Brasil, o governo de Fernando Henrique Cardoso é avaliado como "prudente e centrista".
É citado o nervosismo do mercado com a liderança nas pesquisas de intenção de voto de Luiz Inácio Lula da Silva, mas o EIU considera "pouco provável" que o petista ganhe no primeiro turno.
José Serra (PSDB-PMDB), o principal oponente de Lula, segundo o relatório, tem grande capacidade administrativa, mas lhe falta carisma -"uma desvantagem em uma campanha na qual a TV tem um papel central".
A avaliação é que a incerteza sobre a sucessão vai dar combustível ao nervosismo dos investidores nos próximos meses. A situação de Serra pode melhorar com o início da campanha oficial, tendo ampliado o seu tempo na TV após se aliar com o PMDB.
O EIU afirma que, "se ocorrer o mesmo que em eleições anteriores, instintos conservadores do eleitorado brasileiro devem se fortalecer perto da data do pleito", reduzindo o espaço entre Serra e Lula e forçando o segundo turno.
Sobre 2003, afirma que pode-se esperar "substancial grau de continuidade de políticas num governo centrista liderado por Serra".
Entretanto, uma vitória de Lula "não necessariamente apontaria uma mudança radical nas políticas governamentais, pois tanto Lula, quanto o PT, moderaram a sua retórica e têm se esforçado para ser mais atraentes para o mercado, na medida em que a chegada ao poder fica mais viável".
Mesmo assim, diz o EIU, o desconforto dos investidores numa vitória de Lula provavelmente causaria uma reação fortemente negativa nos mercados.
"Um governo de esquerda comandado por Lula provavelmente manteria muitos elementos de disciplina econômica, mas a tarefa de manutenção da estabilidade se tornaria mais difícil sob dupla pressão: a volatilidade dos mercados e a expectativa de melhoria dos serviços públicos", conclui.



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