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"Economist" vê pressão sobre Lula
DA REDAÇÃO
Em 2002, eleições terão um papel importante na determinação
de risco político e econômico em
mercados emergentes como o
Brasil, a Coréia do Sul, a China e
Equador. A avaliação é do EIU
(Economist Intelligence Unit)
-braço do grupo que publica a
prestigiosa revista "The Economist" especializado em pesquisa e
análise de vários países, especialmente no aspecto financeiro.
Anteontem, o EIU divulgou relatório sobre os riscos decorrentes
desses pleitos. Na parte sobre o
Brasil, o governo de Fernando
Henrique Cardoso é avaliado como "prudente e centrista".
É citado o nervosismo do mercado com a liderança nas pesquisas de intenção de voto de Luiz
Inácio Lula da Silva, mas o EIU
considera "pouco provável" que o
petista ganhe no primeiro turno.
José Serra (PSDB-PMDB), o
principal oponente de Lula, segundo o relatório, tem grande capacidade administrativa, mas lhe
falta carisma -"uma desvantagem em uma campanha na qual a
TV tem um papel central".
A avaliação é que a incerteza sobre a sucessão vai dar combustível ao nervosismo dos investidores nos próximos meses. A situação de Serra pode melhorar com o
início da campanha oficial, tendo
ampliado o seu tempo na TV após
se aliar com o PMDB.
O EIU afirma que, "se ocorrer o
mesmo que em eleições anteriores, instintos conservadores do
eleitorado brasileiro devem se
fortalecer perto da data do pleito",
reduzindo o espaço entre Serra e
Lula e forçando o segundo turno.
Sobre 2003, afirma que pode-se
esperar "substancial grau de continuidade de políticas num governo centrista liderado por Serra".
Entretanto, uma vitória de Lula
"não necessariamente apontaria
uma mudança radical nas políticas governamentais, pois tanto
Lula, quanto o PT, moderaram a
sua retórica e têm se esforçado para ser mais atraentes para o mercado, na medida em que a chegada ao poder fica mais viável".
Mesmo assim, diz o EIU, o desconforto dos investidores numa
vitória de Lula provavelmente
causaria uma reação fortemente
negativa nos mercados.
"Um governo de esquerda comandado por Lula provavelmente manteria muitos elementos de
disciplina econômica, mas a tarefa de manutenção da estabilidade
se tornaria mais difícil sob dupla
pressão: a volatilidade dos mercados e a expectativa de melhoria
dos serviços públicos", conclui.
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