|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
STF sinaliza que não vai derrubar cobrança sobre servidores inativos
SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Uma decisão recente do STF
(Supremo Tribunal Federal) sobre a cobrança da contribuição
previdenciária dos servidores
inativos reforçou a convicção do
governo federal de que não será
derrubada uma emenda constitucional criando essa tributação.
Há três semanas, a 1ª Turma do
Supremo deixou explícito que o
impedimento que existe hoje para o desconto dos inativos é a reforma previdenciária do governo
Fernando Henrique Cardoso.
A decisão da 1ª Turma foi tomada por 3 dos 11 ministros do
STF: Sepúlveda Pertence, Gilmar
Mendes e Ellen Gracie. Eles reconhecem a validade das contribuições instituídas antes da emenda
constitucional de 1998, como no
caso de servidores de Minas Gerais. Para o governo, essa posição
predominará no plenário do STF.
A reforma de FHC foi realizada
por meio da emenda constitucional nº 20, de 1998, mas a cobrança
dos inativos só foi aprovada por
meio de lei ordinária em 1999. Essa lei foi derrubada pelo STF por
11 votos a 0 em setembro de 1999.
Portanto, para fazer a cobrança,
bastaria aprovar nova emenda.
O ministro Ricardo Berzoini
(Previdência) sabe que enfrentará ações diretas de inconstitucionalidade caso seja instituída a cobrança. A principal polêmica será
sobre o argumento de que o novo
tributo viola um direito adquirido dos atuais servidores inativos.
Os três novos ministros, que
foram indicados pelo presidente
Luiz Inácio Lula da Silva e tomarão posse no dia 25, participarão
do julgamento. São eles: Carlos
Ayres Britto, Joaquim Barbosa e
Antonio Cezar Peluso.
Outro argumento que poderá
ser examinado pelo STF é o que
diz respeito ao princípio constitucional da irredutibilidade dos
salários. O desconto no benefício
dos atuais inativos implicaria, na
prática, redução na sua renda, o
que iria contra a Constituição.
Se essa tese for acolhida, o STF
livrará os atuais inativos do desconto, mas não impedirá que a
contribuição previdenciária seja
recolhida dos futuros aposentados. Mesmo assim, suas chances
de êxito são tidas como remotas.
Texto Anterior: Reforma mantém privilégio de político Próximo Texto: Não há déficit no sistema da Previdência, diz economista Índice
|