São Paulo, sábado, 22 de julho de 2000


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"FHC não é nenhum safado", afirma Covas

DA REPORTAGEM LOCAL

O governador de São Paulo, Mário Covas (PSDB), disse ontem que "todo mundo sabe que o Fernando Henrique (Cardoso, presidente da República) não é nenhum safado", ao comentar a repercussão das suspeitas que pesam contra Eduardo Jorge Caldas, ex-assessor da Presidência.
"Pode concordar, pode discordar de coisas que ele fala, mas imaginar que ele possa ter deficiência de natureza moral é absurdo", afirmou o governador.
Ao falar sobre o paradeiro do ex-juiz Nicolau dos Santos Neto, foragido da Justiça, Covas disse que seria um escândalo se fosse publicada a relação de ligações telefônicas que ele próprio recebe.
"Não sei se ele (Santos Neto) está no exterior. Não tenho essa intimidade com ele, nunca falamos por telefone. Daqui a pouco vão dizer que eu vivo telefonando para ele. Mas não seria nada extraordinário ele ter telefonado para cá. Qual é o problema? Vocês não sabem os "trancas" dos quais recebo telefonema. Vocês não têm nem idéia. Se vocês publicarem telefonemas meus, é um escândalo."
Covas pediu que sua declaração não fosse editada. "Imagine o jornalista colocar só a primeira parte da conversa e divulgar isso. Eu estou ferrado. Então, essas coisas são muito relativas. Isso quer dizer que eu estou passando atestado de idoneidade moral para ele? Não, não tenho intimidade com ele para saber disso."
O governador disse que assinaria um pedido de CPI para investigar Eduardo Jorge. "É um caminho do Congresso, é um bom caminho. Eu nunca impedi nenhuma CPI. Assinei todas as que passaram na minha mão, mesmo não concordando com o que se dizia."
Ele também criticou o relacionamento entre Eduardo Jorge e Santos Neto, que trocaram 114 telefonemas. O ex-secretário da Presidência diz que os dois falavam sobre a nomeação de juízes classistas e sobre até onde estes eram ou não a favor do governo.
"Se foi essa a razão, está errado. A gente não pede para saber se o juiz que vai ser nomeado é a favor ou contra o governo. Juiz é juiz; não tem que ser a favor nem contra", disse Covas.


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