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"FHC não é nenhum
safado", afirma Covas
DA REPORTAGEM LOCAL
O governador de São Paulo,
Mário Covas (PSDB), disse ontem
que "todo mundo sabe que o Fernando Henrique (Cardoso, presidente da República) não é nenhum safado", ao comentar a repercussão das suspeitas que pesam contra Eduardo Jorge Caldas,
ex-assessor da Presidência.
"Pode concordar, pode discordar de coisas que ele fala, mas
imaginar que ele possa ter deficiência de natureza moral é absurdo", afirmou o governador.
Ao falar sobre o paradeiro do
ex-juiz Nicolau dos Santos Neto,
foragido da Justiça, Covas disse
que seria um escândalo se fosse
publicada a relação de ligações telefônicas que ele próprio recebe.
"Não sei se ele (Santos Neto) está no exterior. Não tenho essa intimidade com ele, nunca falamos
por telefone. Daqui a pouco vão
dizer que eu vivo telefonando para ele. Mas não seria nada extraordinário ele ter telefonado para cá.
Qual é o problema? Vocês não sabem os "trancas" dos quais recebo
telefonema. Vocês não têm nem
idéia. Se vocês publicarem telefonemas meus, é um escândalo."
Covas pediu que sua declaração
não fosse editada. "Imagine o jornalista colocar só a primeira parte
da conversa e divulgar isso. Eu estou ferrado. Então, essas coisas
são muito relativas. Isso quer dizer que eu estou passando atestado de idoneidade moral para ele?
Não, não tenho intimidade com
ele para saber disso."
O governador disse que assinaria um pedido de CPI para investigar Eduardo Jorge. "É um caminho do Congresso, é um bom caminho. Eu nunca impedi nenhuma CPI. Assinei todas as que passaram na minha mão, mesmo não
concordando com o que se dizia."
Ele também criticou o relacionamento entre Eduardo Jorge e
Santos Neto, que trocaram 114 telefonemas. O ex-secretário da
Presidência diz que os dois falavam sobre a nomeação de juízes
classistas e sobre até onde estes
eram ou não a favor do governo.
"Se foi essa a razão, está errado.
A gente não pede para saber se o
juiz que vai ser nomeado é a favor
ou contra o governo. Juiz é juiz;
não tem que ser a favor nem contra", disse Covas.
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