São Paulo, sábado, 22 de julho de 2000


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Polícia investiga morte de ex-secretária de EJ

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Polícia Civil de Unaí (MG) está investigando a morte da secretária Sílvia Mendes Nogueira, que foi secretária do ex-secretário-geral da Presidência da República Eduardo Jorge Caldas Pereira no Palácio do Planalto durante mais de três anos. Na época de sua morte, ela era uma das secretárias do gabinete do secretário-geral da Presidência da República, Aloysio Nunes Ferreira.
O corpo de Sílvia foi encontrado em uma fazenda de Minas Gerais, em janeiro deste ano, com um tiro no peito. Laudo oficial apontou suicídio como causa da morte, mas o inquérito policial que investiga o caso não foi concluído.
Segundo Luciene Caldas, titular da Delegacia de Crimes Contra a Vida de Unaí, ainda não é possível ter certeza de que houve um suicídio. De acordo com ela, familiares de Sílvia desconfiam que ela foi assassinada.

Dúvidas
"A família está convicta de que não foi suicídio", diz Luciene. "Não entende como ela pode ser destra e o laudo ter encontrado marcas de pólvora na mão esquerda."
A ex-secretária de Eduardo Jorge foi encontrada morta no último dia 20 de janeiro. Ela estava em sua fazenda, em Unaí, para onde havia viajado na tarde do dia anterior. Segundo ex-colegas de Sílvia, ela saiu do trabalho por volta das 15h30, pegou seu carro, passou em casa e, em seguida, dirigiu até a fazenda, a 170 quilômetros de Brasília.
Na manhã do dia seguinte, Sílvia foi encontrada morta por um funcionário da fazenda. Ela havia sido atingida por um tiro no peito. Ao lado do corpo, foi encontrado um revólver calibre 38, que pertencia a seu marido e era guardado na fazenda.
Além do marido, três empregados da fazenda já prestaram depoimento.
Agora, a polícia quer ouvir o depoimento de uma irmã de Sílvia, que, segundo a delegada que investiga o caso, tem dúvidas sobre a causa da morte da irmã.
Das quatro secretárias que trabalhavam com Eduardo Jorge no Palácio do Planalto, apenas duas continuam atendendo a Secretaria Geral da Presidência.

Conversas
Na semana passada, quando a revista "IstoÉ" publicou trechos de conversas atribuídas ao ex-juiz Nicolau dos Santos Neto, acusado de participação no esquema que desviou R$ 169 milhões da obra do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo, o nome de Sílvia apareceu em um dos diálogos.
Ao se referir a Eduardo Jorge, uma voz atribuída ao ex-juiz Nicolau afirma que o visitava em um apartamento, em Brasília.
"(...)E as meninas que trabalhavam no Palácio trabalhavam com ele lá. A Sílvia (...), que já vem há muito tempo, desde Mauro Mota, desde o tempo do Marcos Coimbra, trabalhava lá na secretaria", diz a voz atribuída ao ex-juiz.
A Folha procurou familiares da ex-secretária de Eduardo Jorge ontem, mas eles não foram localizados até o final desta edição.


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