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Polícia investiga morte
de ex-secretária de EJ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Polícia Civil de Unaí (MG) está investigando a morte da secretária Sílvia Mendes Nogueira, que
foi secretária do ex-secretário-geral da Presidência da República
Eduardo Jorge Caldas Pereira no
Palácio do Planalto durante mais
de três anos. Na época de sua
morte, ela era uma das secretárias
do gabinete do secretário-geral da
Presidência da República, Aloysio
Nunes Ferreira.
O corpo de Sílvia foi encontrado
em uma fazenda de Minas Gerais,
em janeiro deste ano, com um tiro
no peito. Laudo oficial apontou
suicídio como causa da morte,
mas o inquérito policial que investiga o caso não foi concluído.
Segundo Luciene Caldas, titular
da Delegacia de Crimes Contra a
Vida de Unaí, ainda não é possível
ter certeza de que houve um suicídio. De acordo com ela, familiares
de Sílvia desconfiam que ela foi
assassinada.
Dúvidas
"A família está convicta de que
não foi suicídio", diz Luciene.
"Não entende como ela pode ser
destra e o laudo ter encontrado
marcas de pólvora na mão esquerda."
A ex-secretária de Eduardo Jorge foi encontrada morta no último dia 20 de janeiro. Ela estava
em sua fazenda, em Unaí, para
onde havia viajado na tarde do dia
anterior. Segundo ex-colegas de
Sílvia, ela saiu do trabalho por
volta das 15h30, pegou seu carro,
passou em casa e, em seguida, dirigiu até a fazenda, a 170 quilômetros de Brasília.
Na manhã do dia seguinte, Sílvia foi encontrada morta por um
funcionário da fazenda. Ela havia
sido atingida por um tiro no peito.
Ao lado do corpo, foi encontrado
um revólver calibre 38, que pertencia a seu marido e era guardado na fazenda.
Além do marido, três empregados da fazenda já prestaram depoimento.
Agora, a polícia quer ouvir o depoimento de uma irmã de Sílvia,
que, segundo a delegada que investiga o caso, tem dúvidas sobre
a causa da morte da irmã.
Das quatro secretárias que trabalhavam com Eduardo Jorge no
Palácio do Planalto, apenas duas
continuam atendendo a Secretaria Geral da Presidência.
Conversas
Na semana passada, quando a
revista "IstoÉ" publicou trechos
de conversas atribuídas ao ex-juiz
Nicolau dos Santos Neto, acusado
de participação no esquema que
desviou R$ 169 milhões da obra
do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo, o nome de Sílvia
apareceu em um dos diálogos.
Ao se referir a Eduardo Jorge,
uma voz atribuída ao ex-juiz Nicolau afirma que o visitava em um
apartamento, em Brasília.
"(...)E as meninas que trabalhavam no Palácio trabalhavam com
ele lá. A Sílvia (...), que já vem há
muito tempo, desde Mauro Mota,
desde o tempo do Marcos Coimbra, trabalhava lá na secretaria",
diz a voz atribuída ao ex-juiz.
A Folha procurou familiares da
ex-secretária de Eduardo Jorge
ontem, mas eles não foram localizados até o final desta edição.
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