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Objetivo é afastar correligionários do senador Jorge Bornhausen, que apóia Ciro (PPS) e Esperidião Amin (PPB)
ALIANÇAS
Demissão ameaça PFL pró-Ciro em SC
RUBENS VALENTE
ENVIADO ESPECIAL A LAGES (SC)
Aliado em Santa Catarina do
candidato à Presidência pelo
PSDB, José Serra, o ex-prefeito de
Joinville e candidato ao governo
do Estado, Luiz Henrique
(PMDB), tem cobrado dos coordenadores da campanha de Serra
que promovam uma demissão
coletiva de correligionários do senador Jorge Bornhausen (PFL)
em cargos públicos federais de
Santa Catarina.
O senador declarou apoio à candidatura de Ciro Gomes (PPS) e
apóia a reeleição do governador
Esperidião Amin (PPB), adversário de Luiz Henrique. "Quem tem
de comandar o governo federal
em Santa Catarina somos nós
(PSDB e PMDB), e não o Esperidião Amin e o Jorge Bornhausen,
que estão do outro lado", disse
ontem o ex-prefeito, que chegou a
ser cotado para vice de José Serra.
O coordenador da campanha
PSDB-PMDB em Santa Catarina,
Geovah Amarante, afirma que o
PFL comanda a Eletrosul, o Inmetro, o Ibama, a Funasa (Fundação
Nacional de Saúde), a Embratur,
o Serpro e o IBGE.
"Queremos pelo menos o comando de cada um desses órgãos", disse Amarante.
A coligação PSDB-PMDB também sugere a destituição do conselheiro da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações)
Eduardo Felipe Ohana, que teria
sido indicado para o cargo após a
licença de Paulo Bonrhausen, filho do senador, que se candidatou
ao Senado por Santa Catarina.
O senador Geraldo Althoff
(PFL-SC), um dos principais aliados de Bornhausen e elo do PFL
com a campanha de Ciro, reconhece que o PFL tem os principais
cargos de chefia na Eletrosul, no
Inmetro e no Ibama.
Segundo o senador, "desde
março", quando o PFL rachou
com o governo federal após o escândalo envolvendo a empresa
Lunus, de Roseana Sarney (PFL-MA), "todos os cargos do PFL foram colocados à disposição do
governo federal".
Althoff afirmou que "não mais
que três" servidores em cargos de
chefia pertencem aos quadros do
PFL. "Todos entregaram suas cartas de demissão", disse o senador.
Perguntado se o governo deve
tomar a iniciativa e demitir os afilhados políticos de Bornhausen e
do PFL, o senador respondeu: "Se
forem inteligentes, que façam. Senão o Serra vai para quarto lugar
(nas pesquisas)".
Reação
O apoio declarado de Bornhausen ao candidato da Frente Trabalhista, Ciro Gomes (PPS), deu
mais força ao pedido da coligação
PSDB-PMDB em Santa Catarina.
Luiz Henrique e um grupo de
candidatos da coligação PSDB-PMDB foram a Brasília, na última
quarta-feira, para pedir providências ao coordenador da campanha de Serra, Pimenta da Veiga
(MG), e ao secretário-geral da
Presidência, Euclides Scalco.
Veiga e Scalco cobraram uma
lista com os nomes dos funcionários públicos que integram o grupo de Bonrhausen e disseram que
seriam tomadas providências.
No decorrer desta semana, o senador Casildo Maldaner (PMDB)
deve entregar à coordenação da
campanha de Serra uma lista com
todos os ocupantes de cargos federal em Santa Catarina da cota
de Jorge Bornhausen, do PFL e
também do PPB.
O levantamento começou a ser
feito durante o final de semana
pelas presidências do PSDB e do
PDMB catarinenses e deverá ser
concluído na terça-feira.
Além da questão dos cargos,
Luiz Henrique tem outro motivo
para se sentir desprestigiado. Ele
reclamou a aliados que não consegue sequer conversar por telefone com José Serra, mas apenas
com a vice, Rita Camata (PMDB).
Anteontem, em entrevista a
uma rádio de Concórdia, Luiz
Henrique sugeriu que Serra tem
feito jogo duplo, ao apoiar Amin e
Luiz Henrique ao mesmo tempo.
"Quem tem um pé em cada canoa
acaba afundando", disse o ex-prefeito de Joinville, em entrevista à
rádio Eldorado.
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