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"Reforma não pode contrariar todos os interesses"
DA REPORTAGEM LOCAL
O ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso afirmou
que, para a proposta de reforma da Previdência ser aprovada, nem todos os interesses podem ser contrariados. "Alguns
interesses vão ser contrariados.
Mas aqueles que contrariam
todos [os interesses] não vão a
lugar nenhum", disse durante
aula magna na Universidade de
Santo Amaro, em São Paulo.
Minutos antes, em entrevista
à rádio Jovem Pan, FHC afirmara que, se o governo tivesse
votado o PL-9 -projeto de lei
que prevê a criação de fundos
de pensão para os atuais servidores, enviado na sua gestão
para o Congresso-, teria dado
um passo importante na reforma e evitado o que chamou de
"cipoal". "Não é culpa do governo. É muito difícil fazer reforma da Previdência."
FHC falou sobre flexibilidade
e tolerância e disse que essas
características no Brasil se confundem com fragilidade. "Falavam que eu teria de dar murro
na mesa senão o Congresso
não votava. Mas eu dizia que isso só ia machucar a mão."
Sem citar o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, que não
tem diploma universitário,
FHC disse que não existe escola
para se aprender a ter influência. "Na liderança democrática,
é mais importante a influência
do que o poder", declarou em
palestra sobre liderança.
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