São Paulo, Domingo, 22 de Agosto de 1999
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ESTADOS

Gaúchos desejam os mesmos incentivos e vantagens oferecidos à região

RS quer ""metade sul" igual ao NE

LÉO GERCHMANN
da Agência Folha, em Porto Alegre

O Rio Grande do Sul formalizará um pedido para o governo federal equiparar a zona sul do Estado (definida como a ""metade sul") com o Nordeste brasileiro, assegurando-lhes os mesmos incentivos e vantagens.
Em reunião na Assembléia Legislativa, onde foi instalada uma comissão especial para tratar do assunto, deputados estaduais, prefeitos da região e empresários oficializaram aquilo que definem como ""pacto de união". O objetivo é promover o desenvolvimento da ""metade sul".
Os políticos pedirão, também, a desoneração tributária da atividade primária.
A primeira ação concreta do grupo Resgate da Metade Sul será a de levar para o presidente Fernando Henrique Cardoso, em setembro, um documento no qual estarão detalhados os problemas da região e a reivindicação de incentivos e vantagens.
Os integrantes do movimento incluem, além dos políticos de vários partidos, organizações de entidades privadas como a Fiergs (Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul), a Federasul (Federação das Associações do Rio Grande do Sul) e a Farsul (Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul).
Reportagem publicada pela Folha no dia 25 de julho mostrava que o IDH (Índice de Desenvolvimento Econômico) da ""metade sul" é semelhante ao do Nordeste brasileiro (0,64), enquanto a média do Rio Grande do Sul (1,49) é mais do que o dobro disso.
A base para essa classificação está em cálculo formulado pela ONU (Organização das Nações Unidas), que leva em consideração indicadores de renda, educação, infância, habitação e longevidade da população.
O governador Olívio Dutra (PT) abriu anteontem uma linha de crédito de R$ 400 milhões para 98 cidades da ""metade sul".
A idéia é financiar a atração de investimentos, a taxas de juros fixadas em apenas 1% e carência de dois anos. Depois da carência, o pagamento seria feito durante seis anos.
Dutra cogitou, também, outras possibilidades de investimentos. De acordo com o governo, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) deverá negociar com o Estado vantagens especiais para alguns setores da cadeia produtiva local, como a ovinocultura de corte e o reflorestamento.
O governo gaúcho acredita que a promoção da reforma agrária no Estado, com assentamentos em terras improdutivas, é essencial para o desenvolvimento da ""metade sul". A maior parte das terras estariam na região da cidade de Bagé.
A ""metade sul" é integrada por 98 dos 467 municípios gaúchos. São 562.417 habitantes (25,80% da população do Estado), 16% do PIB gaúcho e 56% do território.


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