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ESTADOS
Gaúchos desejam os mesmos incentivos e vantagens oferecidos à região
RS quer ""metade sul" igual ao NE
LÉO GERCHMANN
da Agência Folha, em Porto Alegre
O Rio Grande do Sul formalizará um pedido para o governo federal equiparar a zona sul do Estado (definida como a ""metade
sul") com o Nordeste brasileiro,
assegurando-lhes os mesmos incentivos e vantagens.
Em reunião na Assembléia Legislativa, onde foi instalada uma
comissão especial para tratar do
assunto, deputados estaduais,
prefeitos da região e empresários
oficializaram aquilo que definem
como ""pacto de união". O objetivo é promover o desenvolvimento da ""metade sul".
Os políticos pedirão, também, a
desoneração tributária da atividade primária.
A primeira ação concreta do
grupo Resgate da Metade Sul será
a de levar para o presidente Fernando Henrique Cardoso, em setembro, um documento no qual
estarão detalhados os problemas
da região e a reivindicação de incentivos e vantagens.
Os integrantes do movimento
incluem, além dos políticos de vários partidos, organizações de entidades privadas como a Fiergs
(Federação das Indústrias do Rio
Grande do Sul), a Federasul (Federação das Associações do Rio
Grande do Sul) e a Farsul (Federação da Agricultura do Rio Grande
do Sul).
Reportagem publicada pela Folha no dia 25 de julho mostrava
que o IDH (Índice de Desenvolvimento Econômico) da ""metade
sul" é semelhante ao do Nordeste
brasileiro (0,64), enquanto a média do Rio Grande do Sul (1,49) é
mais do que o dobro disso.
A base para essa classificação
está em cálculo formulado pela
ONU (Organização das Nações
Unidas), que leva em consideração indicadores de renda, educação, infância, habitação e longevidade da população.
O governador Olívio Dutra (PT)
abriu anteontem uma linha de
crédito de R$ 400 milhões para 98
cidades da ""metade sul".
A idéia é financiar a atração de
investimentos, a taxas de juros fixadas em apenas 1% e carência de
dois anos. Depois da carência, o
pagamento seria feito durante
seis anos.
Dutra cogitou, também, outras
possibilidades de investimentos.
De acordo com o governo, o
BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) deverá negociar com o Estado vantagens especiais para alguns setores da cadeia produtiva
local, como a ovinocultura de corte e o reflorestamento.
O governo gaúcho acredita que
a promoção da reforma agrária
no Estado, com assentamentos
em terras improdutivas, é essencial para o desenvolvimento da
""metade sul". A maior parte das
terras estariam na região da cidade de Bagé.
A ""metade sul" é integrada por
98 dos 467 municípios gaúchos.
São 562.417 habitantes (25,80%
da população do Estado), 16% do
PIB gaúcho e 56% do território.
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