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JUDICIÁRIO
Obra teve desvio de R$ 269 milhões, diz TCU
CPI centra foco em fórum de São Paulo
da Sucursal de Brasília
A CPI do Judiciário vai usar a
prorrogação de prazo que aprovou nesta semana para aprofundar a investigação sobre as irregularidades cometidas na construção do Fórum Trabalhista de São
Paulo, obra inacabada da qual foram desviados R$ 169 milhões, segundo o Tribunal de Contas da
União.
Esse caso, que é um dos mais
bem documentados pela comissão, passou a exigir apuração
mais profunda depois do depoimento do empresário Fábio Monteiro de Barros Filho, dono das
empresas que ganharam a obra
sem ter participado da licitação
(Ikal Construções e Incal Incorporações).
Várias diligências aprovadas
após esse depoimento ainda não
foram cumpridas. A principal
resposta tem de vir da Receita Federal, que está interrogando as
empresas que receberam cheques
escriturados pela Ikal como aplicados na financeira International
Real State Investments, com sede
no Panamá.
Ao cruzar dados do sigilo bancário das empresas de Monteiro
de Barros, a CPI descobriu que o
dinheiro que deveria estar no Panamá jamais saiu do Brasil.
Empresas do senador Luiz Estevão (PMDB-DF), dono do Grupo
OK, receberam alguns desses cheques e têm de explicar o motivo
dos pagamentos e provar que pagaram imposto.
Para os membros da CPI, Estevão e Monteiro de Barros ainda
devem explicações à comissão sobre essa movimentação financeira. A suspeita é que empresas de
Estevão tenham ajudado a Ikal e a
Incal a construir o fórum. Estevão
nega.
Outras diligências, aprovadas
há duas semanas, também não foram respondidas. Monteiro de
Barros deve explicar cada cheque
emitido na "Operação Panamá",
nome dado à relação de cheques
pelos membros da comissão.
Panamá 2
O relator da CPI, senador Paulo
Souto (PFL-BA), pediu a quebra
dos sigilos bancário e fiscal da
empresa BSC Equipamentos de
Segurança, subsidiária da BSC
Participações que, por sua vez,
pertence à Norvas Serviços.
A BSC Equipamentos de Segurança é beneficiária do que os senadores estão chamando de
"Operação Panamá 2": uma relação de cheques escriturados como enviados à mesma financeira
panamenha. A diferença é que em
vez da Ikal é a Monteiro de Barros
Construtora e Incorporadora que
faz a falsa aplicação.
Essas empresas pertencem a Pedro Rodovalho Marcondes Chaves. Segundo Monteiro de Barros,
Rodovalho é procurador da financeira panamenha. Documento obtido pela CPI no Grupo OK
diz que a Norvas é "parceira" do
Grupo Monteiro de Barros.
Reforma do Judiciário
A relatora da reforma do Poder
Judiciário, deputada Zulaiê Cobra
(PSDB-SP), disse ontem que vai
incluir, na proposta de emenda
constitucional, a previsão de punição dos juízes "preguiçosos",
que atrasarem o julgamento dos
processos judiciais.
A parlamentar disse que uma
das punições que irá sugerir é a
suspensão do pagamento do salário. Segundo ela, também serão
propostos critérios de promoção
dos juízes que desempenharem
corretamente a função.
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