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São Paulo, segunda-feira, 22 de setembro de 2003

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PERSONALIDADE

Internada desde 25 de julho, Risoleta Neves teve uma diverticulite

Viúva de Tancredo morre aos 86

DA SUCURSAL DO RIO

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Morreu ontem às 8h20, no Rio, Risoleta Neves, viúva do presidente Tancredo Neves, aos 86 anos, vítima de uma diverticulite -a mesma inflamação na parede intestinal que teria provocado a internação do então presidente eleito em 14 de março de 1985, véspera da posse na Presidência.
Tancredo foi operado na madrugada do dia 15 no Hospital de Base de Brasília. Os médicos retiraram então um tumor do intestino (leiomioma) de Tancredo, mas anunciaram que o presidente teve uma diverticulite porque as autoridades temiam que a palavra "tumor" chocasse a opinião pública.
Risoleta estava internada no hospital Copa D'Or desde 25 de julho. Nesse período, passou por duas cirurgias para tentar conter a inflamação. Na última semana, o quadro se agravou e ela precisou ser levada para o Centro de Terapia Intensiva, onde passou a respirar com a ajuda de aparelhos.
O corpo de Risoleta chegou por volta das 15h30 a São João Del Rey (MG), onde será enterrada hoje às 11h, no cemitério da mesma igreja onde Tancredo foi enterrado. O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), seu neto, que estava ontem na Espanha, deve chegar a Minas nesta manhã.
Risoleta Neves nasceu em 20 de julho de 1917, na cidade mineira de Cláudio. Órfã dos pais aos nove anos, Risoleta mudou-se para São João del Rey, onde fez o curso normal e conheceu Tancredo.
Os dois se casaram no dia 25 de maio de 1938. A união durou quase 47 anos, até a morte de Tancredo, em 21 de abril de 1985. Risoleta e Tancredo tiveram três filhos, Inês Maria, Maria do Carmo e Tancredo Augusto, e oito netos. Risoleta nunca gostou de dar entrevistas. Quando requisitada, pedia aos jornalistas que enviassem as perguntas e respondia por escrito: "Nada me constrange mais do que falar de mim mesma". Risoleta fez duas plásticas, mas não gostava de ser fotografada.
Em 2002, Risoleta subiu no palanque de Aécio na campanha para o governo de Minas. No dia da eleição, porém, ao comparecer para votar, foi informada de que seu título havia sido cancelado.



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