|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CASO MALUF
Tribunal alega que defesa pulou instância e não analisa argumentação
STJ nega pedido de habeas
corpus a Maluf e seu filho
ANA FLOR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Fracassou a tentativa do ex-prefeito paulistano Paulo Maluf e seu
filho Flávio, presos na Polícia Federal desde o dia 10, de conseguirem a liberdade por meio de um
pedido de habeas corpus com caráter de urgência no STJ (Superior
Tribunal de Justiça), em Brasília.
O ministro Gilson Dipp, da Quinta Turma, negou as liminares.
A decisão foi técnica, sem que
fosse analisado o mérito das argumentações dos advogados. Isso
porque, segundo o ministro, a defesa de Maluf pulou uma instância. Depois de decretada a prisão
preventiva, a defesa entrou com
recurso no TRF (Tribunal Regional Federal) de São Paulo, mas a
liminar foi negada pelo juiz federal convocado do TRF Luciano
Godoy, no último dia 15.
Caberia uma nova apelação ao
TRF. Mas os advogados decidiram apelar a uma instância superior, o STJ, na tentativa de obter
uma decisão mais rápida.
"Não poderia a matéria ser
apreciada por esta corte no presente momento sob pena de indevida supressão de instância", escreveu o ministro do STJ na deliberação de ontem.
A prisão foi decidida pela Justiça Federal de São Paulo em primeiro grau e confirmada, em caráter liminar, pela desembargadora Vesna Kolmar, do TRF da 3ª
Região. Para tentar a liberdade de
seus clientes, os advogados José
Roberto Leal e José Roberto Batochio terão que esperar uma decisão definitiva do TRF para depois,
em caso de negativa, voltar ao STJ.
Se a liberdade for negada também pelo STJ, caberia recurso ao
STF (Supremo Tribunal Federal).
Nulidade
Ao preparar o pedido de habeas
corpus, os próprios advogados reconheceram a dificuldade de o
STJ aceitar o pedido.
Mesmo assim, eles reforçaram
as falhas no processo e a nulidade
das provas colhidas pela Polícia
Federal. Os advogados afirmam
ainda que os Maluf não são réus
perigosos ou violentos, sempre
comparecem quando convocados e têm residência fixa.
A prisão preventiva foi decretada no início do mês pela juíza Sílvia Maria Rocha, da 2ª Vara Federal de São Paulo. Segundo ela, havia provas suficientes de movimentação internacional de dinheiro. O pedido foi aceito ainda
com base em interceptações telefônicas que comprovariam uma
suposta tentativa do ex-prefeito
de impedir o depoimento do doleiro Vivaldo Alves, o Birigüi.
O doleiro afirmou à PF que enviou US$ 161 milhões de Maluf
para uma conta no Safra National
Bank, nos EUA. Maluf nega.
Na denúncia feita pelo Ministério Público, Flávio e Paulo Maluf
são acusados de evasão de divisas,
formação de quadrilha, lavagem
de dinheiro e corrupção passiva.
As penas mínimas somam oito
anos de reclusão. Eles estão presos na sede da Superintendência
da Polícia Federal em São Paulo.
Os dois foram interrogados ontem pela Justiça Federal.
Texto Anterior: Petista depõe à PF sobre saque Próximo Texto: Pai e filho negam acusações na Justiça Índice
|