São Paulo, terça-feira, 22 de outubro de 2002

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ALVARO DIAS

Mesmo ao lado de governistas, senador diz que é oposição

DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

Apenas o quarto colocado em número de votos em Curitiba na votação do primeiro turno, o senador Alvaro Dias (PDT) teve, na semana que passou, a adesão do prefeito Cassio Taniguchi (PFL) à sua campanha.
A entrada de parte do grupo do governador Jaime Lerner (PFL) na campanha pedetista torna a disputa ainda mais imprevisível.
Mais votado em 6 de outubro no Estado, Alvaro diz que o apoio de governistas não compromete sua postura de oposição. (MT)

Agência Folha - O sr. defende a fidelidade partidária mesmo tendo mudado várias vezes de partido?
Alvaro Dias -
Defendo. Não foram tantas mudanças e sempre para seguir coerente contra a corrupção. Nunca levei o mandato para outro partido. Com mandato, fui expulso (do PSDB) e não foi meu desejo.

Agência Folha - O sr. espera dificuldades no relacionamento com o governo Lula ou o governo Serra?
Dias -
Não terei nenhuma dificuldade. Estou apoiando Lula, cumprindo uma orientação partidária. O vice, José Alencar, é um grande amigo. Sem dúvida ele será um colaborador importante. Não acredito na eleição de Serra, mas independentemente de quem seja o presidente, a habilidade estabelece parcerias de interesse do Estado.

Agência Folha - Seu opositor critica o que chama de oportunismo seu em relação às alianças políticas, apesar de um discurso que prega ética. Não há contradição entre o discurso e a prática?
Dias -
E do outro lado também não tem apoios dessa ordem? Numa eleição plebiscitária de segundo turno é natural. A primeira aliança [de primeiro turno] foi imposta pela verticalização. Mas falando em coerência, pergunto quem é incoerente neste momento? Eu que sou do PDT que apóia o Lula, ou o que me acusa de incoerente, mas que é do PMDB que apóia Serra?

Agência Folha - Os compromissos de sua aliança contemplaram distribuição de cargos num eventual futuro governo?
Dias -
Não assumi nenhum compromisso de loteamento. Os critérios que vou levar são da probidade e da competência. Havendo a possibilidade de compatibilizar com os interesses partidários, ocorrerá. Não havendo, prevalecem os prioritários.

Agência Folha - O sr. abriu a campanha eleitoral afirmando que, no seu governo, a polícia atira primeiro. O sr. se arrepende dessa frase?
Dias -
Mantenho. É uma figura de retórica. O que eu quero é ressaltar a importância da autoridade do governo. Pretendo sanear a polícia do Paraná como já fiz como governador, excluindo 500 policiais do quadro das polícias Militar e Civil. No período de governo tivemos os menores índices de criminalidade.

Agência Folha - Seu principal mote de campanha está na geração de empregos. O sr. pode detalhar de onde virão os recursos?
Dias -
É um projeto de desenvolvimento harmônico, que alcance todas as regiões do Paraná, com desconcentração da economia.
A geração de empregos terá base no desenvolvimento agro-industrial, com dez agências de desenvolvimento industrial e de comércio. Banco do emprego e da produção, bancado 90% pelo Estado e com aval do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), mais o envolvimento do BRDE (Banco Regional do Desenvolvimento do Extremo Sul).

Agência Folha - A atração do prefeito de Curitiba, Cassio Taniguchi (PFL), para sua campanha não compromete seu discurso de oposição ao governo Lerner ou faz parte apenas do jogo político?
Dias -
Prefiro acreditar que sejam méritos da nossa proposta. Acredito que os políticos tenham maior preocupação com a visão do que é melhor para o Estado. E quem está em julgamento agora é quem está disputando o governo, não quem nos apóia.



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