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ALVARO DIAS
Mesmo ao lado de governistas, senador diz que é oposição
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
Apenas o quarto colocado em
número de votos em Curitiba na
votação do primeiro turno, o senador Alvaro Dias (PDT) teve, na
semana que passou, a adesão do
prefeito Cassio Taniguchi (PFL) à
sua campanha.
A entrada de parte do grupo do
governador Jaime Lerner (PFL)
na campanha pedetista torna a
disputa ainda mais imprevisível.
Mais votado em 6 de outubro
no Estado, Alvaro diz que o apoio
de governistas não compromete
sua postura de oposição.
(MT)
Agência Folha - O sr. defende a fidelidade partidária mesmo tendo
mudado várias vezes de partido?
Alvaro Dias - Defendo. Não foram tantas mudanças e sempre
para seguir coerente contra a corrupção. Nunca levei o mandato
para outro partido. Com mandato, fui expulso (do PSDB) e não foi
meu desejo.
Agência Folha - O sr. espera dificuldades no relacionamento com o
governo Lula ou o governo Serra?
Dias - Não terei nenhuma dificuldade. Estou apoiando Lula,
cumprindo uma orientação partidária. O vice, José Alencar, é um
grande amigo. Sem dúvida ele será um colaborador importante.
Não acredito na eleição de Serra,
mas independentemente de
quem seja o presidente, a habilidade estabelece parcerias de interesse do Estado.
Agência Folha - Seu opositor critica o que chama de oportunismo
seu em relação às alianças políticas, apesar de um discurso que prega ética. Não há contradição entre
o discurso e a prática?
Dias - E do outro lado também
não tem apoios dessa ordem? Numa eleição plebiscitária de segundo turno é natural. A primeira
aliança [de primeiro turno] foi
imposta pela verticalização. Mas
falando em coerência, pergunto
quem é incoerente neste momento? Eu que sou do PDT que apóia
o Lula, ou o que me acusa de incoerente, mas que é do PMDB que
apóia Serra?
Agência Folha - Os compromissos
de sua aliança contemplaram distribuição de cargos num eventual
futuro governo?
Dias - Não assumi nenhum compromisso de loteamento. Os critérios que vou levar são da probidade e da competência. Havendo a
possibilidade de compatibilizar
com os interesses partidários,
ocorrerá. Não havendo, prevalecem os prioritários.
Agência Folha - O sr. abriu a campanha eleitoral afirmando que, no
seu governo, a polícia atira primeiro. O sr. se arrepende dessa frase?
Dias - Mantenho. É uma figura
de retórica. O que eu quero é ressaltar a importância da autoridade do governo. Pretendo sanear a
polícia do Paraná como já fiz como governador, excluindo 500
policiais do quadro das polícias
Militar e Civil. No período de governo tivemos os menores índices
de criminalidade.
Agência Folha - Seu principal mote de campanha está na geração de
empregos. O sr. pode detalhar de
onde virão os recursos?
Dias - É um projeto de desenvolvimento harmônico, que alcance
todas as regiões do Paraná, com
desconcentração da economia.
A geração de empregos terá base no desenvolvimento agro-industrial, com dez agências de desenvolvimento industrial e de comércio. Banco do emprego e da
produção, bancado 90% pelo Estado e com aval do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social), mais o envolvimento do BRDE (Banco Regional do Desenvolvimento do
Extremo Sul).
Agência Folha - A atração do prefeito de Curitiba, Cassio Taniguchi
(PFL), para sua campanha não compromete seu discurso de oposição
ao governo Lerner ou faz parte
apenas do jogo político?
Dias - Prefiro acreditar que sejam méritos da nossa proposta.
Acredito que os políticos tenham
maior preocupação com a visão
do que é melhor para o Estado. E
quem está em julgamento agora é
quem está disputando o governo,
não quem nos apóia.
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