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'Trem da alegria' pode garantir
estabilidade a 3.000 militares
LUIZA DAMÉ
DENISE MADUEÑO
da Sucursal de Brasília
A Câmara deve aprovar um
"trem da alegria" na continuidade
da votação da reforma administrativa na próxima semana. Um grupo de mais de 3.000 policiais militares de Rondônia poderá ser agregado aos 12,5 mil funcionários dos
ex-territórios de Rondônia e Amapá que ganharão estabilidade.
A manobra teve o apoio dos líderes do PSDB, Aécio Neves (MG), e
do PFL, Inocêncio Oliveira (PE).
Por pressão de deputados de Rondônia, eles apresentaram requerimento para estender a estabilidade
aos militares daquele Estado.
A inclusão significa um acréscimo de cerca de R$ 2 milhões por
mês aos cofres públicos, segundo
cálculos da liderança do PSDB.
O texto do relator, Moreira Franco (PMDB-RJ), dá estabilidade aos
funcionários públicos de estatais e
da administração direta que já
prestavam serviços em Roraima e
Amapá antes da promulgação da
Constituição de 1988.
Nesse caso, não haverá impacto
na folha de pagamento, porque os
servidores já recebem pela União.
Mesmo assim, a proposta contraria um dos objetivos da reforma
administrativa, que é permitir a
demissão de servidores estáveis.
O dispositivo foi incluído por
pressão das bancadas dos dois Estados. "O que acertamos com o
governo foi incluir no quadro federal os servidores do Amapá e de
Roraima", afirmou o deputado
Eraldo Trindade (PPB-AP).
A estabilidade dos servidores foi
moeda de troca para a aprovação,
em janeiro, da emenda que permite a reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso.
A carona dos militares foi negociada pelos líderes governistas em
troca de votos para aprovar a reforma administrativa.
"É uma imoralidade. O governo
dá estabilidade para quem não fez
concurso e entrou no serviço público por indicação política", disse
José Genoino (PT-SP). O PT vai
tentar barrar o requerimento que
estende a estabilidade aos militares
de Rondônia.
O texto de Moreira Franco refere-se nominalmente aos Estados
de Roraima e Amapá, ex-territórios, ao prever a estabilidade dos
servidores. O requerimento do
PFL e do PSDB pede a retirada do
nome dos Estados. Dessa forma, a
estabilidade fica estendida a todos
os servidores de ex-territórios, incluindo os do Acre e de Rondônia,
transformado em Estado em 1981.
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