|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
REFORMA AOS PEDAÇOS
Governadores não querem que dispositivo seja retirado da previdenciária, como quer o PMDB
Tucanos cobram do governo manutenção de subtetos salariais
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os governadores do PSDB Aécio Neves (MG), Geraldo Alckmin
(SP) e Lúcio Alcântara (CE) cobraram ontem do líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), a manutenção, no texto original da reforma da Previdência, do dispositivo que fixa
subtetos salariais diferenciados
nos Estados para o Executivo, o
Judiciário e o Legislativo.
Primeiro numa reunião com
Aécio e, depois, cercado no corredor do Senado por Alckmin e Alcântara, Mercadante ouviu dos
governadores posição contrária à
idéia defendida pelo PMDB de suprimir a regra do subteto da proposta já aprovada na Câmara.
Para atender principalmente ao
governador Germano Rigotto
(PMDB-RS), o PMDB do Senado
pressiona pela supressão do dispositivo que fixa o salário do governador como teto remuneratório do Executivo estadual. Por esse dispositivo, o teto do Judiciário
é o salário de desembargador e o
do Legislativo, o salário de deputado estadual.
Rigotto, que se reunirá com
Mercadante e os demais líderes
partidários do Senado na próxima segunda-feira, é contra essa
regra porque seu salário é inferior
ao dos demais colegas (cerca de
R$ 6.000 brutos e R$ 4.000 líquidos). Se esse valor for usado como
teto para o Executivo estadual, ele
alega que terá de promover um
achatamento salarial, e será criada
uma crise no funcionalismo.
Por outro lado, ele argumenta
que não pode aumentar seu próprio salário por duas razões: primeiro, porque no Estado o salário
do funcionalismo é diretamente
vinculado à sua remuneração.
Ou seja, qualquer aumento no
salário do governador provoca
um reajuste em cascata. Em segundo lugar, o salário de governador só pode ser aumentado de
uma legislatura para a outra.
"Reconheço que existem algumas dificuldades específicas, em
especial no Rio Grande do Sul e
talvez também em Santa Catarina. Mas acho possível que encontremos juntos um caminho que
permita ao governador Rigotto
solucionar o impasse em razão do
seu salário no Rio Grande do Sul,
sem que haja uma consequência
nos outros Estados, que estão fazendo enorme esforço para equilibrar as contas", disse Aécio.
Segundo ele, deve ser buscado
um caminho para que Rigotto
possa aumentar o seu salário sem
que isso signifique um aumento
em cascata do funcionalismo.
A solução negociada pelo
PMDB com o governo é a retirada
dessa regra na reforma e a transferência da regulamentação do subteto na chamada ""PEC paralela",
proposta de emenda constitucional do Senado, já aprovada na
CCJ (Comissão de Constituição e
Justiça), que altera a reforma, preservando o texto original.
Alckmin disse que o subteto
tem que ser mantido na PEC original, já que a paralela não deverá
ser aprovada neste ano. Ele defende uma solução no sentido de dar
um prazo para que os salários dos
governadores que estão baixos sejam corrigidos.
A emenda paralela faculta ao
governador propor, por meio de
projeto de lei encaminhado à respectiva Assembléia Legislativa,
subteto salarial para o Executivo
maior que seu salário, desde que
não ultrapasse ao subsídio do desembargador.
(RAQUEL ULHÔA)
Texto Anterior: Chefe da PF em São Paulo diz que detectou problemas com agente Próximo Texto: Tributária terá mais que DRU e CPMF, diz Jucá Índice
|