São Paulo, domingo, 22 de dezembro de 2002

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FHC vê equívoco "conceitual" na origem do PSDB

DA REDAÇÃO

Decidido a se afastar da política cotidiana a partir de janeiro para se dedicar, como ele diz, à discussão mais "doutrinária e teórica", o presidente Fernando Henrique Cardoso diz ver um erro de origem no nome de seu partido, o PSDB.
"Nunca quis que o partido se chamasse PSDB. Sempre fui contra a inclusão da social-democracia na sigla. Como é que vou explicar pelo resto da vida que um partido que não tem sindicato se autodenomine dessa forma?", disse o presidente em entrevista que concedeu à Folha no último dia 11, no Palácio da Alvorada.
Segundo FHC, a idéia da sigla é depositária de uma visão da Europa dos anos 50, quando "o sindicato era o motor da transformação e da melhoria das condições de vida". No Brasil de hoje, diz, o sindicato "não é fator de propulsão de reformas, mas de manutenção da ordem, já é incluído, não representa os verdadeiramente excluídos".
Esta, segundo FHC, seria uma das limitações do PT, partido de origem católica-sindical e inspiração leninista, que, apesar de mudar e chegar ao poder, ainda preservaria traços retrógrados e uma relação ambígua com a mudança social.


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