São Paulo, sábado, 23 de janeiro de 1999

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CONGRESSO
Peemedebista diz que CPMF será aprovada, mas cobra a queda nos juros e a volta do "clima de estabilidade'
Falta a parte da área econômica, diz Temer

PATRICIA ZORZAN
da Reportagem Local


O presidente da Câmara, deputado Michel Temer (PMDB-SP), afirmou ontem que, aprovadas as prioridades do ajuste fiscal no Congresso Nacional, a equipe econômica do governo deve "fazer a sua parte" para resolver a crise no brasileira.
"Depois de todas essas medidas, esperamos que haja resultado. O Congresso deu tudo", declarou Temer, dois dias depois de aprovada a criação da contribuição previdenciária de servidores inativos.
A possibilidade de não-aprovação de projetos de interesse do governo é um dos fatores de desconfiança do mercado externo em relação ao Brasil.
A cobrança por parte dos aliados do Palácio do Planalto começou anteontem, quando, reunidos com o presidente e com os ministros políticos, líderes dos partidos governistas deram um prazo de 90 dias para que a equipe econômica consiga superar a crise.
"Precisamos sair dessa angústia, mantendo o clima de estabilidade", disse o deputado, que ainda prometeu a aprovação da prorrogação da CPMF (o imposto do cheque), já votada no Senado.
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Folha - Lideranças governistas deram ontem (anteontem) 90 dias para que a equipe econômica supere a crise. O sr. concorda?
Michel Temer -
Depois de todas essas medidas, esperamos que haja resultado positivo.
Folha - O que o sr. chama de resultado positivo?
Temer -
Não sei, queda nos juros. Precisamos sair dessa angústia, mantendo o clima de estabilidade. A economia ficou instável.
Folha - Em 90 dias, como disseram os líderes?
Temer -
Pode ser em três ou quatro meses, mas não podemos ficar com essa sensação de intranquilidade. O Congresso deu tudo (o que pediram). Não permitirei sequer que perguntem se ele deve algo.
Demos a reforma econômica, a administrativa, a previdenciária, o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), a criação da contribuição previdenciária dos inativos. E vamos dar ainda a CPMF (imposto sobre o cheque).
Folha - Falta a equipe econômica fazer sua parte?
Temer -
Falta. Votamos a contribuição dos inativos com angústia. Por isso, culpar o Congresso, não. Pode haver até a necessidade de votar uma ou outra medida, mas culpá-lo é inadmissível.



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