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CONGRESSO
Peemedebista diz que CPMF será aprovada, mas cobra a queda nos juros e a volta do "clima de estabilidade'
Falta a parte da área econômica, diz Temer
PATRICIA ZORZAN
da Reportagem Local
O presidente
da Câmara, deputado Michel
Temer (PMDB-SP), afirmou ontem que, aprovadas as prioridades do ajuste
fiscal no Congresso Nacional, a
equipe econômica do governo deve "fazer a sua parte" para resolver
a crise no brasileira.
"Depois de todas essas medidas,
esperamos que haja resultado. O
Congresso deu tudo", declarou Temer, dois dias depois de aprovada
a criação da contribuição previdenciária de servidores inativos.
A possibilidade de não-aprovação de projetos de interesse do governo é um dos fatores de desconfiança do mercado externo em relação ao Brasil.
A cobrança por parte dos aliados
do Palácio do Planalto começou
anteontem, quando, reunidos com
o presidente e com os ministros
políticos, líderes dos partidos governistas deram um prazo de 90
dias para que a equipe econômica
consiga superar a crise.
"Precisamos sair dessa angústia,
mantendo o clima de estabilidade", disse o deputado, que ainda
prometeu a aprovação da prorrogação da CPMF (o imposto do cheque), já votada no Senado.
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Folha - Lideranças governistas
deram ontem (anteontem) 90 dias
para que a equipe econômica supere a crise. O sr. concorda?
Michel Temer - Depois de todas
essas medidas, esperamos que haja
resultado positivo.
Folha - O que o sr. chama de resultado positivo?
Temer - Não sei, queda nos juros.
Precisamos sair dessa angústia,
mantendo o clima de estabilidade.
A economia ficou instável.
Folha - Em 90 dias, como disseram os líderes?
Temer - Pode ser em três ou quatro meses, mas não podemos ficar
com essa sensação de intranquilidade. O Congresso deu tudo (o que
pediram). Não permitirei sequer
que perguntem se ele deve algo.
Demos a reforma econômica, a
administrativa, a previdenciária, o
aumento do IOF (Imposto sobre
Operações Financeiras), a criação
da contribuição previdenciária
dos inativos. E vamos dar ainda a
CPMF (imposto sobre o cheque).
Folha - Falta a equipe econômica
fazer sua parte?
Temer - Falta. Votamos a contribuição dos inativos com angústia.
Por isso, culpar o Congresso, não.
Pode haver até a necessidade de
votar uma ou outra medida, mas
culpá-lo é inadmissível.
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