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"Cabeça de Dirceu é inegociável" diz Genoino
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente nacional do PT,
José Genoino, disse ontem que o
partido e o governo não aceitam
"dialogar com a oposição negociando a cabeça do José Dirceu",
ministro da Casa Civil. Ele refutou
a avaliação da oposição de que haja crise de governabilidade.
"A permanência do Zé Dirceu
na Casa Civil é inegociável. Os adversários uniram o PT, que nunca
esteve tão unificado como agora.
O governo funciona normalmente. Não existe crise de governabilidade", afirmou.
Genoino reagiu à proposta do líder do PSDB no Senado, Arthur
Virgílio (AM), de negociar saída
política para a crise que explodiu
com o caso Waldomiro Diniz. Arthur Virgílio defende a saída de
Dirceu e a criação de uma CPI
(Comissão Parlamentar de Inquérito) no Senado específica sobre Waldomiro. O PT é contra a
CPI. Por ora, Lula decidiu manter
Dirceu no posto.
"Não podemos tratar o PSDB
em bloco. Uma parte da oposição
é civilizada, com ela podemos
conversar sobre a agenda normal
do Congresso. Outra parte é truculenta, como os dois líderes do
PSDB no Congresso", disse Genoino, referindo-se a Virgílio e ao
deputado federal Jutahy Magalhães (BA), que, agora, é ex-líder
tucano na Câmara.
Virgílio voltou a dizer que acha
Dirceu "competente", mas acha
"insustentável" a permanência do
ministro. "O que eu quero saber é
onde foram parar as investigações
contra o Waldomiro que começaram em julho de 2003. Enviei requerimento à Casa Civil pedindo
explicações sobre o alerta da Abin
(Agência Brasileira de Informação) à Presidência sobre os processos contra o Waldomiro. A
Abin deu cartão vermelho e ele foi
nomeado. Quem sustentava este
homem? A Abin não vale para nada?", questiona o tucano.
Genoino rebateu: "Não sabia
que o senador Arthur Virgílio era
tão bem informado sobre a Abin.
Eu não sabia disso. Estou tomando conhecimento agora [que funcionários a serem nomeados passam por investigação da Abin]".
Segundo o presidente do PT, é papel da oposição "atacar o PT".
A assessoria do presidente do
PSDB, José Serra, disse ontem que
ele não falou com Dirceu sobre a
crise, como o ministro havia dito
a políticos em jantar na semana
passada.
O senador Paulo Paim (PT-RS)
disse que assinará o requerimento
de criação da CPI dos bingos. É
sua resposta à suspeita de que sua
campanha em 2002 tenha sido financiada por dinheiro de empresários gaúchos do ramo do bingo.
"Pessoalmente, sou a favor da CPI
dos bingos. Só não assinei porque
o senador Magno Malta [do PL e
autor do requerimento] não me
procurou."
(KENNEDY ALENCAR E ANA FLOR)
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