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PARA ENTENDER O CASO
Do discurso de Moreira Alves à decretação do AI-5
15.nov.66
O jornalista Márcio Moreira Alves é
eleito deputado federal pelo MDB
do Estado da Guanabara. Em 1967,
seu livro "O Cristo do povo", foi
apreendido por determinação do
ministro da Justiça, Luís Antônio da
Gama e Silva, por ofender "a dignidade das Forças Armadas"
30.ago.68
O governo reprime o movimento
estudantil. A Universidade Federal
de Minas Gerais é fechada e a Universidade de Brasília é invadida pela PM, que espanca os estudantes
3.set.68
Moreira Alves discursa na Câmara
em protesto contra a invasão da
UnB. Conclama o povo a realizar
um "boicote do militarismo", não
participando da comemoração do
Sete de Setembro e recomenda às
moças que não dancem com cadetes e oficiais naquele dia. O discurso foi ignorado pela liderança do
governo. Não houve resposta, e nenhum jornal publicou uma linha
sobre o assunto no dia seguinte
20.set.68
Dezoito dias depois, porém, militares radicais já tinham distribuído o
texto integral do discurso de Moreira Alves por todos os quartéis e
destacamentos do país, afirmando
que as "Forças Armadas vinham
sendo humilhadas e enxovalhadas
pelo Congresso Nacional"
12.out.68
O procurador-geral da República,
Décio Meireles de Miranda, entra
no Supremo Tribunal Federal com
um pedido de cassação do deputado Moreira Alves por "uso abusivo
do direito de livre manifestação e
pensamento e injúria e difamação
das Forças Armadas, com a intenção de combater o regime vigente"
4.nov.68
O STF envia à Câmara o pedido de
licença para processar o deputado
11.dez.68
Governo substitui 9 deputados da
Arena na Comissão de Constituição
e Justiça da Câmara para conseguir
aprovar o pedido de licença
12.dez.68
O plenário da Câmara rejeita o pedido para processar Moreira Alves
por 216 votos contra e 141 a favor.
Deputados cantam o Hino Nacional
13.dez.68
O presidente Costa e Silva edita o
AI-5, que autoriza o presidente a
fechar o Congresso e cassar e suspender os direitos políticos de
qualquer cidadão. Vários políticos
são presos (entre eles, Juscelino
Kubitschek e Carlos Lacerda) e o
Congresso é colocado em recesso
30.dez.68
Publicada a primeira lista de cassações de parlamentares, encabeçada por Márcio Moreira Alves
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