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OUTRO LADO
Deputado nega participação
do enviado a Itabuna (BA)
O deputado Roland Lavigne (PFL-BA), procurado
pela Folha, negou que tenha participado direta ou
indiretamente na esterilização de índias pataxós.
Argumentou estar sendo
vítima de inimigos políticos
do sul da Bahia, que estariam financiando entidades
para que elas divulguem informações que venham a
prejudicá-lo politicamente.
Lavigne, formado cirurgião, disse não entrar num
centro cirúrgico para operar desde 1992.
Afirmou ainda que as índias que têm prestado depoimento à Procuradoria
da República citam seu nome por terem sido convencidas de que poderiam ganhar R$ 100 mil em indenizações em razão dos efeitos
de cirurgias que, se ocorreram, não foram realizadas
por ele nem em hospitais de
sua propriedade.
O deputado qualificou
de"indecentes" e "fraudulentas" as versões que envolvem seu nome.
Enviou à Folha parecer do
setor de auditorias da Secretaria da Saúde da Bahia
que diz que inexistem prontuários que registrem a etnia de pacientes submetidas a laqueadura de trompas. O texto diz ainda inexistirem indícios de que tais
cirurgias tenham ocorrido
com recursos do SUS e que
é improcedente "a participação direta" de Roland Lavigne nessas cirurgias.
Indagado se não seriam
frágeis os argumentos baseados em prontuários, na
medida em que se poderia
lançar o código de um outro
procedimento cirúrgico,
Lavigne afirma que isso seria "uma fraude", da qual
nenhum ex-funcionário seu
foi até hoje acusado.
Uma comissão da Funai
visitou as áreas indígenas
no ano passado e, a partir
de seu relatório, pediu-se a
intervenção da Procuradoria da República e da PF.
A Folha apurou que a Funai preocupou-se em desqualificar a acusação de genocídio contra o Estado
brasileiro, que o Cimi pretendia encaminhar à Comissão de Direitos Humanos da OEA (Organização
dos Estados Americanos).
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