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Ligações para o Planalto vêm desde 1992
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Secretaria Geral da Presidência da República já recebia ligações do ex-juiz Nicolau dos Santos Neto e do empresário Fábio
Monteiro de Barros nas gestões
anteriores à do presidente Fernando Henrique Cardoso.
A relação de telefonemas apurada pela CPI do Judiciário mostra
que Nicolau começou a fazer contato com o Planalto em 92, quando a obra do TRT de São Paulo
ainda estava em fase de licitação.
Durante o governo Collor, a
quebra do sigilo telefônico do ex-juiz mostrou pelo menos três chamadas para o gabinete do secretário-geral, que na época era Marcos Coimbra. O primeiro telefonema, com duração de um minuto, foi feito pelo ex-juiz em fevereiro. Já o empreiteiro ligou para o
Planalto duas vezes em setembro,
dias antes do impeachment.
Na semana seguinte ao impeachment, já com Itamar Franco
no lugar de Collor, Nicolau ligou
para o Planalto duas vezes. O primeiro telefonema durou cinco
minutos e o segundo, um minuto.
Quem ocupava o cargo era Mauro
Durante. Daí em diante, em 93 e
em 94, apenas o ex-juiz Nicolau
telefonava. Foram 17 chamadas
entre março de 93 e maio de 94. A
maior parte das ligações durou
um minuto, mas houve uma chamada de cinco minutos, uma de
quatro e uma de três.
A Folha tentou encontrar Durante e Coimbra, mas não conseguiu. Coimbra mora em Miami,
nos Estados Unidos, e não foi localizado. Durante estava viajando. O governador Itamar Franco
(MG) disse ontem, por meio de
sua assessoria, que foi "surpreendido" com a notícia. Itamar disse
não ter conhecimento destes fatos, mas se prontificou a esclarecê-los. "Nenhuma suspeita vai ficar incoberta", afirmou.
Colaborou a Agência Folha
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