São Paulo, domingo, 23 de julho de 2000


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Paulistanos querem a renovação da Câmara

DA REDAÇÃO
A maior parte dos paulistanos espera que novos vereadores, que nunca tenham sido eleitos antes, passem a compor a maioria da Câmara Municipal na próxima legislatura, que começa em janeiro do ano que vem. São 49% dos paulistanos que têm essa opinião, segundo pesquisa Datafolha realizada nos dias 11 e 12 passados.
De acordo com o levantamento, outros 27% afirmam preferir uma Câmara "mista", formada por vereadores novatos e por vereadores experientes, com pelo menos um mandato no Legislativo municipal. Um em cada cinco paulistanos (19%) declara preferir uma Câmara formada por parlamentares experientes. Dos entrevistados, 5% não souberam opinar.
O resultado da pesquisa, que aponta para uma eventual renovação do Legislativo paulistano a partir das eleições de outubro, coincide com um aumento na reprovação do desempenho dos atuais vereadores. Agora, dois em cada três paulistanos (64%) consideram ruim ou péssimo o desempenho da Câmara -cinco pontos percentuais a mais do que no levantamento anterior, em abril. Mais do que isso, os dados não contemplam os possíveis reflexos da "absolvição" do prefeito Celso Pitta (PTN).
No mesmo dia em que o levantamento de campo era concluído, na quarta-feira da semana retrasada, a Câmara votava o pedido de impeachment de Pitta, que era acusado de improbidade administrativa e de ter favorecido o empresário Jorge Yunes em troca de um empréstimo de R$ 800 mil.
O prefeito, que chegou a ser afastado do cargo pela Justiça, foi inocentado, por meio de voto secreto, de 11 denúncias apresentadas pela seção paulista da Ordem dos Advogados do Brasil. No mesmo período, Pitta ultrapassou seu próprio recorde de reprovação -agora, ele é considerado ruim ou péssimo por quatro em cada cinco dos paulistanos (78%).
Naquela sessão da Câmara, Pitta e aliados esperavam contar com pelo menos 30 votos a favor da absolvição, mas a vitória foi ainda maior: a absolvição do prefeito chegou a obter 35 votos -ou cerca de 64% da Câmara, composta por 55 vereadores. A oposição, que esperava contar com no mínimo 25 votos, somou no máximo 22 (40%). Pitta só teria de deixar a prefeitura se, em pelo menos uma das acusações, 37 vereadores tivessem se manifestado a favor da cassação.
De acordo com o levantamento do Datafolha, o principal atributo na escolha de um vereador, nesta eleição, será o seu não-envolvimento com casos de corrupção. Dos 5.059 entrevistados, 90% consideram "muito importante" esse atributo. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.


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