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SUBCOMISSÃO
Rubens Aidar negou ter designado Nicolau dos Santos Neto como interlocutor do tribunal junto ao Planalto
Ex-presidente do TRT-SP contradiz EJ
WILSON SILVEIRA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ex-presidente do TRT-SP Rubens Tavares Aidar contestou ontem "peremptoriamente", ao depor na subcomissão do Judiciário
do Senado, afirmação feita à mesma subcomissão pelo ex-secretário-geral da Presidência Eduardo
Jorge Caldas Pereira.
Aidar negou que tivesse designado o ex-juiz Nicolau dos Santos
Neto como interlocutor do tribunal junto ao Palácio do Planalto,
como afirmou EJ em seu depoimento à subcomissão que cuida
dos desdobramentos da CPI do
Judiciário, em 3 de agosto último.
O ex-presidente do TRT-SP
afirmou que Nicolau nem sequer
estava presente no encontro que
manteve com EJ em 2 de fevereiro
de 95, ao contrário do que afirmou o ex-secretário-geral da Presidência. Aidar afirmou que estava acompanhado apenas do ex-secretário da presidência do TRT-SP Renato Parente.
Parente, que hoje é assessor de
comunicação do tribunal, estava
presente ao depoimento de ontem e confirmou que apenas ele e
Aidar foram ao Palácio do Planalto para a audiência com EJ. Parente foi interrogado pelo relator
da subcomissão, José Jorge (PFL-PE), por solicitação do senador
José Eduardo Dutra (PT-SE).
A afirmação de EJ à subcomissão, conforme as notas taquigráficas do seu depoimento, foi: "No
início do governo, exatamente no
dia 2 de fevereiro de 1995, na qualidade de secretário-geral da Presidência, recebi, em audiência, o
presidente do TRT de São Paulo,
que, segundo me recordo, estava
acompanhado do juiz Nicolau.
Manifestei preocupação com a repercussão das decisões do TRT
sobre as expectativas dos agentes
econômicos. Falei sobre o Plano
Real e a política de modernização
das relações trabalhistas a que o
governo se propunha. Concordamos que, como o juiz Nicolau vinha com freqüência a Brasília, ele
seria o interlocutor do TRT junto
a mim. Disso trataram meus contatos com o juiz daí por diante".
Toda essa declaração é inverídica, segundo Rubens Aidar. Ele
disse que não tinha poderes para
designar Nicolau para função nenhuma, já que o plenário do tribunal (órgão máximo de deliberação da Corte) o havia nomeado
presidente da comissão de obras.
"Essa delegação seria indevida e
contrária à decisão do tribunal",
afirmou Aidar. "Nego peremptoriamente. Isso não é verdade",
acrescentou. EJ sustenta que o ex-juiz indicava a ele nomes de candidatos a juiz classista e togados
afinados com o Plano Real. A Folha tentou falar ontem com o advogado de EJ, José Gerardo Grossi, mas ele não retornou os recados deixados pela reportagem.
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