São Paulo, domingo, 23 de agosto de 1998

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Texto traz casos "indiscretos"

da Sucursal de Brasília

O almirante Faria Lima, ex-governador do Rio de Janeiro e íntimo de Ernesto Geisel, é um dos personagens "indiscretos" da "História" de Costa Couto. Narra fatos reveladores da personalidade do ditador da abertura.
Geisel enxergou cedo que, no processo de abertura, a imprensa podia funcionar a seu favor. Em conversa com Faria Lima, após descrever o estado de corrupção entre membros do governo e militares, ele disse que a abertura funcionaria como remédio. "A única solução é a abertura", concluiu.
Geisel acreditava também que a imprensa sem censura também ajudaria com as investigações e a denúncia dos casos descobertos.
Pouco antes de morrer, em setembro de 97, Geisel abriu-se com Faria Lima sobre a solidão do poder e a frieza da residência oficial.
"Era meu hábito trabalhar à noite lá no Alvorada. Às vezes ia até tarde da noite. Certa vez, percebi uma sombra meio indecisa sobre a mesa, vinda de trás, o que me atrapalhou a concentração. Sentindo minha privacidade invadida, perguntei com alguma irritação: "O que você quer?' Surpreso, ouvi a voz da minha mulher, Lucy: "Nada, só quero ficar perto de você um pouquinho'". (RN)


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