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Texto traz casos
"indiscretos"
da Sucursal de Brasília
O almirante Faria Lima, ex-governador do Rio de Janeiro e íntimo de Ernesto Geisel, é um dos
personagens "indiscretos" da
"História" de Costa Couto. Narra
fatos reveladores da personalidade
do ditador da abertura.
Geisel enxergou cedo que, no
processo de abertura, a imprensa
podia funcionar a seu favor. Em
conversa com Faria Lima, após
descrever o estado de corrupção
entre membros do governo e militares, ele disse que a abertura funcionaria como remédio. "A única
solução é a abertura", concluiu.
Geisel acreditava também que a
imprensa sem censura também
ajudaria com as investigações e a
denúncia dos casos descobertos.
Pouco antes de morrer, em setembro de 97, Geisel abriu-se com
Faria Lima sobre a solidão do poder e a frieza da residência oficial.
"Era meu hábito trabalhar à
noite lá no Alvorada. Às vezes ia
até tarde da noite. Certa vez, percebi uma sombra meio indecisa
sobre a mesa, vinda de trás, o que
me atrapalhou a concentração.
Sentindo minha privacidade invadida, perguntei com alguma irritação: "O que você quer?' Surpreso,
ouvi a voz da minha mulher, Lucy:
"Nada, só quero ficar perto de você um pouquinho'".
(RN)
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