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CONGRESSO
Polícia Federal montou guarda nos arredores de apartamento em Brasília
Deputado passou o dia vigiado
VALÉRIA DE OLIVEIRA
free-lance para a Folha
Hildebrando Pascoal passou todo o dia de ontem sob vigilância
da Polícia Federal, que montou
guarda nos arredores do seu apartamento, na quadra 302 Norte,
em Brasília, e do apartamento onde se refugiou durante a madrugada, na quadra 208 Sul.
Às 18h20, pouco antes da votação do pedido de cassação, Hildebrando deixou esse último apartamento, sozinho, caminhando
na chuva até uma perua Towner,
onde um motorista o aguardava.
"Eu não tenho nenhuma conversa com vocês. Minha conversa
agora é com o Poder Judiciário",
afirmou Hildebrando, em resposta a perguntas de jornalistas.
Lembrado de que estava recebendo uma oportunidade de se
defender, respondeu: "Eu não
quero essa oportunidade. Vocês
passaram nove meses me batendo e agora querem me dar oportunidade de defesa?".
Questionado sobre o local para
onde estava indo, Hildebrando
afirmou, demonstrando crescente irritação: "Eu não tenho que
dar satisfação a vocês".
Hildebrando, que não usava
gravata nem paletó, tomou em seguida rumo ignorado.
A Folha apurou junto à PF que
Hildebrando chegou à quadra 208
por volta de 1h30. De manhã, um
de seus advogados, Eri Varella,
disse a uma emissora de rádio que
havia pedido asilo para seu cliente
à Embaixada da Colômbia, mas
que o pedido havia sido negado.
Ele disse então que recorreria às
embaixadas do Paraguai, Peru,
Bolívia e Suriname.
Informado dessa entrevista, o
presidente da CPI do Narcotráfico, Magno Malta (PTB-ES), e a
deputada Laura Carneiro (PFL-RJ), integrante da CPI, telefonaram para todas essas embaixadas
e obtiveram a informação de que
o asilo nem chegou a ser pedido.
Durante a discussão do pedido
de cassação, a Folha ligou para o
telefone celular do advogado Pedro Calmon, que também faz a
defesa de Hildebrando.
O telefone foi atendido e deixado de lado por mais de meia hora,
quando se podia ouvir a transmissão da discussão do pedido de
cassação pela TV Câmara e um ou
outro comentário por parte dos
ouvintes, como a frase "estão chamando a gente", no momento em
que a Mesa solicitou a presença
dos advogados.
O relator da CPI, Moroni Torgan (PSDB-CE), disse pouco antes das 19h que Hildebrando estava em uma sauna e que se dirigiria
em seguida para o Congresso.
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