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Promotoria investigará "acidente"
sofrido por ex-perseguida política
DA REPORTAGEM LOCAL
O Ministério Público de São
Paulo decidiu acompanhar o inquérito instaurado pela polícia
para investigar o suposto acidente
sofrido por Inês Etienne Romeu,
60, no último dia 11 de setembro,
em São Paulo.
Inês Romeu, ex-bancária e militante de esquerda que foi presa e
torturada nos anos 70, foi encontrada no apartamento em que
mora sozinha com traumatismo
craniano e ferimentos no rosto.
Ela foi levada à Santa Casa de
Misericórdia, onde permanece sedada e inconsciente, respirando
com a ajuda de aparelhos.
Segundo o promotor Carlos
Cardoso, assessor de direitos humanos da Procuradoria Geral de
Justiça de São Paulo, o Ministério
Público "achou conveniente apurar o fato", entre outras razões, ele
diz, "pelo fato de ela ter sido militante política combativa".
Ele afirma que a polícia e o Ministério Público trabalham com
duas hipóteses. "Ou se trata de
acidente doméstico ou ela foi vítima de agressão", disse Cardoso.
O promotor afirmou que, embora se trate de um "acompanhamento", o Ministério Público estadual "não terá papel passivo"
nas investigações.
"Se julgarmos necessário", ele
diz, "poderemos desenvolver investigações autônomas".
Além da militância no passado
de Romeu, Cardoso afirma que
outros fatores influenciaram na
decisão de acompanhar o caso.
"Pessoas de expressão política me
procuraram pedindo para acompanharmos", disse ele. Cardoso
disse que, embora não tenham
pedido sigilo, preferia não dizer
que pessoas seriam essas.
Inês Romeu foi presa no dia 5 de
maio de 1971, em São Paulo, pelo
delegado Sérgio Paranhos Fleury.
Ela exige na Justiça o reconhecimento de que foi mantida em cárcere privado por torturadores a
serviço do governo.
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