São Paulo, sábado, 23 de outubro de 2004

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CNBB e deputados são favoráveis à abertura de arquivos da ditadura

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPINAS

O presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), dom Geraldo Majella Agnelo, defendeu ontem a abertura de arquivos existentes sobre o regime militar. Segundo ele, a abertura permitiria que fosse esclarecida a verdade sobre as pessoas acusadas pelo regime militar.
"Eu creio que, se existem arquivos, que eles sejam abertos de fato, para que aqueles contra quem pesem acusações as tenham esclarecidas", disse dom Geraldo.
Sobre fotos divulgadas do padre Leopoldo d'Astous, vítima de espionagem do extinto SNI (Serviço Nacional de Informações), ele disse que "todo o tipo de infamação [difamação] é reprovável".

Câmara
Deputados federais afirmaram ontem acreditar que existem no governo arquivos da repressão e pediram a divulgação deles à sociedade. "Se foi esclarecido que as fotos não são do Vladimir Herzog é porque em algum lugar ainda há arquivos. Então, eu defendo que seja dado à sociedade o conhecimento desses arquivos", afirmou o deputado Maurício Rands (PT-PE), presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara.
O deputado Miro Teixeira (PPS-RJ), integrante da Comissão de Direitos Humanos, disse que nunca teve dúvidas sobre a existências desses arquivos.
Já o deputado federal Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP) disse ontem, em Campinas (SP), que pedirá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a abertura dos arquivos. ""O governo disse que aquela pessoa apresentada não era o Vladimir Herzog. O governo disse que procurou as fotos no arquivo do antigo SNI. Portanto, suponho que exista um arquivo com documentos daquela época. É preciso que sejam abertos esses arquivos. Pedirei isso ao presidente Lula."


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