São Paulo, Segunda-feira, 24 de Janeiro de 2000


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Pernambucanos antecipam festa oficial

da Agência Folha, em Cabo de Santo Agostinho

O município pernambucano de Cabo de Santo Agostinho vai antecipar em quase três meses a comemoração oficial dos 500 Anos do Descobrimento do Brasil.
A cidade, que quer ser reconhecida como o "verdadeiro" local do Descobrimento, vai gastar R$ 300 mil na festa, que terá shows na praia e um seminário internacional sobre o tema. Os eventos terão início depois de amanhã, data em que o navegador Vicente Pinzón teria aportado no Brasil.
A prefeitura vai decretar feriado, e o dia será dedicado a homenagens. Uma avenida receberá o nome de Pinzón. Uma réplica em aço de uma caravela espanhola, em escala reduzida, será instalada na entrada da cidade de 150 mil habitantes.
""Ninguém nega nossas raízes lusitanas, mas é preciso que se faça a distinção entre a descoberta, feita pelos espanhóis, e a colonização, feita pelos portugueses", disse o prefeito de Cabo de Santo Agostinho, Elias Gomes (PPS).
Para ele, "a história da descoberta foi feita à luz das conveniências políticas e diplomáticas da época". "É preciso que o feito seja mencionado na história oficial."
Nas escolas do município, o relato sobre a descoberta do Brasil já está sendo reescrito. Os professores não falam apenas de Pedro Álvares Cabral. Pinzón é citado como o primeiro navegador europeu a pisar em solo brasileiro.
O prefeito não nega a existência de interesses econômicos em torno da disputa pelo local onde o país foi descoberto.
Com um litoral de 27 km de extensão e nove praias, Cabo de Santo Agostinho, localizado a cerca de 40 km ao sul de Recife, ainda explora pouco o turismo.
A atividade, segundo o prefeito, representa hoje apenas 10% da arrecadação municipal, estimada em R$ 3 milhões mensais. "Se a história de Pinzón for reconhecida, podemos triplicar esse valor em cinco anos", declarou Gomes.
Para reescrever a história, o prefeito pensa em solicitar o exame das amostras de terra guardadas no Monastério de la Rábida, em Huelva, no sul da Espanha. Ali, disse ele, há caixas de metal com terra recolhida pelos navegadores espanhóis nos locais onde aportaram. (FÁBIO GUIBU)



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