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Pernambucanos antecipam festa oficial
da Agência Folha, em Cabo de Santo Agostinho
O município pernambucano de
Cabo de Santo Agostinho vai antecipar em quase três meses a comemoração oficial dos 500 Anos
do Descobrimento do Brasil.
A cidade, que quer ser reconhecida como o "verdadeiro" local
do Descobrimento, vai gastar R$
300 mil na festa, que terá shows
na praia e um seminário internacional sobre o tema. Os eventos
terão início depois de amanhã,
data em que o navegador Vicente
Pinzón teria aportado no Brasil.
A prefeitura vai decretar feriado, e o dia será dedicado a homenagens. Uma avenida receberá o
nome de Pinzón. Uma réplica em
aço de uma caravela espanhola,
em escala reduzida, será instalada
na entrada da cidade de 150 mil
habitantes.
""Ninguém nega nossas raízes
lusitanas, mas é preciso que se faça a distinção entre a descoberta,
feita pelos espanhóis, e a colonização, feita pelos portugueses",
disse o prefeito de Cabo de Santo
Agostinho, Elias Gomes (PPS).
Para ele, "a história da descoberta foi feita à luz das conveniências políticas e diplomáticas da
época". "É preciso que o feito seja
mencionado na história oficial."
Nas escolas do município, o relato sobre a descoberta do Brasil
já está sendo reescrito. Os professores não falam apenas de Pedro
Álvares Cabral. Pinzón é citado
como o primeiro navegador europeu a pisar em solo brasileiro.
O prefeito não nega a existência
de interesses econômicos em torno da disputa pelo local onde o
país foi descoberto.
Com um litoral de 27 km de extensão e nove praias, Cabo de
Santo Agostinho, localizado a
cerca de 40 km ao sul de Recife,
ainda explora pouco o turismo.
A atividade, segundo o prefeito,
representa hoje apenas 10% da
arrecadação municipal, estimada
em R$ 3 milhões mensais. "Se a
história de Pinzón for reconhecida, podemos triplicar esse valor
em cinco anos", declarou Gomes.
Para reescrever a história, o
prefeito pensa em solicitar o exame das amostras de terra guardadas no Monastério de la Rábida,
em Huelva, no sul da Espanha.
Ali, disse ele, há caixas de metal
com terra recolhida pelos navegadores espanhóis nos locais onde aportaram.
(FÁBIO GUIBU)
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