São Paulo, domingo, 24 de março de 2002

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Aloysio culpa PT, que nega envolvimento

DA REPORTAGEM LOCAL

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA DA ENVIADA A SERRA NEGRA O ministro da Justiça, Aloysio Nunes Ferreira, responsabilizou o PT pela invasão da fazenda dos filhos do presidente Fernando Henrique Cardoso por integrantes do MST. "Evidente que é um ato político-eleitoral. O MST é a correia de transmissão do PT. É por essas e outras que o PT não vai ganhar a eleição", afirmou.
A Polícia Federal, subordinada ao Ministério da Justiça, enviou uma equipe da Delegacia de Ordem Política e Social para integrar a ação do governo na fazenda. O ministro não informou a quem caberia uma eventual ação de retirada dos invasores.
Em Serra Negra, o pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, não culpou o PT pela invasão da fazenda, mas afirmou que o ato teve caráter político e representa um gesto de "provocação irresponsável".
Em São Paulo, o presidente do PT, José Dirceu, repudiou as acusações. "Só temos a repelir as afirmações de Serra e do ministro de que a invasão da fazenda tem componente político eleitoral. É um ato de total responsabilidade do MST."
O PT também divulgou nota oficial sobre o assunto, afirmando que o partido é contra a invasão. "Somos contrários à ocupação de propriedades rurais produtivas e consideramos que a negociação política e pacífica é a única via para a reforma agrária", diz o texto.
O deputado federal José Genoino (PT-SP), pré-candidato ao governo de São Paulo, definiu a afirmação do ministro da Justiça como "infundada, improcedente e irresponsável". Ele afirmou não aprovar a ação do MST. "O PT não tem nada a ver com a invasão", disse. Para ele, o ministro deveria "ter juízo" antes de fazer tais declarações.
A vinculação do PT com o ato do MST também foi rejeitada pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP). "Não há fundamento", disse.
O senador disse acreditar que o impasse na fazenda da família de FHC será solucionado de forma pacífica. "O presidente Fernando Henrique Cardoso é um sociólogo, estudioso dos movimentos sociais. Irá compreender as razões do movimento e não usará violência", afirmou.


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