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Vazamentos continuam e levam à fuga de bicheiros
Três substitutos dos chefões investigados em Operação Hurricane estão foragidos
Sucessores de Turcão, Anísio e Capitão Guimarães podem ter deixado o Brasil na véspera da prisão; polícia pede auxílio à Interpol
RAPHAEL GOMIDE
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL
O esquema de vazamento de
informações privilegiadas para
as quadrilhas de jogo do bicho e
dos caça-níqueis por policiais
corruptos não foi desativado,
suspeitam os delegados da PF
(Polícia Federal) encarregados
da Operação Hurricane. Na
sexta-feira, às vésperas de terem a prisão decretada, saíram
de circulação os substitutos dos
três bicheiros presos.
Por suspeitar que os foragidos podem ter deixado o país, a
PF pediu ajuda à Interpol (Polícia Internacional). Novas gravações da PF indicam que, após
a prisão, há 11 dias, os banqueiros do bicho Antônio Petrus
Kalil, o Turcão; Aílton Guimarães Jorge, o Capitão Guimarães; e Aniz Abrahão David, o
Anísio, transferiram seus negócios a pessoas de confiança.
Turcão transferiu os negócios aos filhos Marcelo Calil Petrus e Antônio Petrus Kalil Filho, o Toninho. Anísio escolheu
para sucedê-lo o tesoureiro da
organização que comanda, Nagib Teixeira Suaid. O filho de
Suaid, Ricardo, dirige a escola
de samba Beija-Flor.
Para sucedê-lo, momentaneamente, Capitão Guimarães
recorreu ao tesoureiro João
Oliveira de Faria. O sucessor
natural seria seu sobrinho, Júlio César Guimarães Sobreira,
que também foi preso.
Calil Petrus, Nagib Suaid e
Oliveira de Faria tiveram as
prisões decretadas no sábado
pela Justiça Federal, a pedido
da PF. Nenhum dos três foi
achado. Para os policiais do caso, devem ter sido alertados.
A Interpol colocou em seu
sistema de buscas um alerta, 24
horas, rotulado de "difusão vermelha", uma espécie de mandado internacional.
Operação Têmis
Também em São Paulo a PF
está preocupada com vazamentos. Foi aberto ontem inquérito
para apurar e punir os responsáveis por vazamento de informações a suspeitos investigados pela Operação Têmis, o que
prejudicou a busca e apreensão
de documentos.
Deflagrada na sexta-feira, a
ofensiva da PF era contra suposta quadrilha que negociava
venda de sentenças judiciais.
Segundo a PF, grampos autorizados pela Justiça levam a
crer que um funcionário da Telefônica repassou detalhes da
operação a pelo menos três policiais civis ligados ao suposto
esquema, que avisaram os envolvidos. Delegados afirmam
que documentos de magistrados foram retirados do TRF
(Tribunal Regional Federal)
dois dias antes da operação.
A Telefônica afastou um funcionário e abriu sindicância interna para apurar o caso.
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