DA REPORTAGEM LOCAL

Os principais dirigentes do PT na Executiva Nacional deixaram a reunião de ontem, em São Paulo, afirmando que a senadora Heloísa Helena (AC) está em uma posição "diferenciada" dos demais parlamentares que hoje são alvo de processos disciplinares -os deputados Babá (PA), Luciana Genro (RS) e João Fontes (SE).
A avaliação da cúpula é a de que os três deputados aproveitam seus últimos momentos no partido para se fortalecerem politicamente, com espaço na mídia, antes de trocarem de legenda.
Babá, Heloísa Helena e Luciana têm processos abertos contra eles na Comissão de Ética do PT, instaurados no dia 12 de maio último. Segundo a direção do partido anunciou ontem, o relatório final da comissão sobre os três será analisado pelo Diretório Nacional em setembro, na mesma reunião que examinará o caso de Fontes.
A diferença é que no próximo final de semana eles terão a oportunidade de apresentar defesa na Comissão de Ética. Além disso, os líderes petistas afirmam que até setembro a senadora terá uma nova chance de se "repactuar" com o partido.
O senador Tião Viana, líder do PT, afirmou que Heloísa Helena faz parte da história do PT e que terá nova oportunidade para se acertar com a direção do partido após a reunião do Diretório Nacional nos dias 12 e 13 do mês que vem, quando a legenda fechará questão em torno das reformas.
"Quando o partido fechar questão, todos deverão acatá-la, ainda que manifestem suas opiniões contrárias", disse ele.
Para o deputado Paulo Delgado (MG), Heloísa Helena "está interligada" ao partido, participando ativamente dos debates. "Esse calvário dos debates sempre nos acompanhou. Depois que fecharmos questão, tudo pode ser esquecido", disse ele.
A senadora foi menos enfática do que de costume ao comentar a possibilidade de fechar com o partido na próxima reunião do Diretório Nacional. "Essa reforma do jeito que está eu não voto, mas emendas ainda estão sendo apresentadas e discutidas", disse.

Suplicy
O senador Eduardo Suplicy (SP) afirmou ontem que Heloísa Helena o procurou preocupada com a provável repercussão negativa que o depoimento dele possa ter na Comissão de Ética do PT.
A senadora convidou o colega para depor a favor dela no próximo final de semana. "Ela disse que estava considerando a hipótese de não mais me colocar como testemunha de defesa por temer manifestações contrárias de algumas pessoas, como o ministro José Dirceu (Casa Civil). Nada ainda está definido. Se ela mantiver meu nome, vou depor", disse Suplicy.


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