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Governo estimula criação de partido
RAYMUNDO COSTA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Discretamente, o governo iniciou sondagens no Congresso para mudar a legislação partidária.
Oficialmente, o objetivo é facilitar
a criação de novos partidos. Na
prática, as mudanças em discussão, se aprovadas, seriam a sentença de morte do PDT de Leonel
Brizola, que já não é considerado
como um aliado no Planalto.
A proposta está em discussão na
Casa Civil, mas um de seus principais inspiradores não é o ministro
José Dirceu, mas o ministro das
Comunicações, Miro Teixeira,
um dos mais interessados na mudança. Miro negocia sua entrada
no PMDB ao mesmo tempo em
que articula o projeto, cuja aprovação permitiria a ele deixar o
PDT e ainda inviabilizar o antigo
partido, tirando dinheiro e voz de
Leonel Brizola.
De acordo com a proposta apresentada a congressistas, se três
quintos dos deputados de uma sigla decidirem fundar uma nova
agremiação, o novo partido terá
direito ao tempo de TV e aos recursos correspondentes do fundo
partidário. Pelas regras atuais,
tempo e dinheiro ficam com o
partido de origem. Pelos cálculos
do governo, Miro pode deixar o
PDT levando de 10 a 12 dos 16 deputados da legenda.
Pelo projeto em discussão, se isso viesse ocorrer, o PDT perderia
a maior parte dos R$ 2,8 milhões
do fundo partidário que tem previstos para este ano e dos 20 minutos de que dispõe em cadeia
nacional de rádio e TV.
Com tempo de TV e dinheiro, o
novo partido poderia atrair também deputados de outras legendas de oposição, como o PSDB,
que querem aderir ao governo,
mas se acham sem opções.
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