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São Paulo, terça-feira, 24 de junho de 2003

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Governo estimula criação de partido

RAYMUNDO COSTA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Discretamente, o governo iniciou sondagens no Congresso para mudar a legislação partidária. Oficialmente, o objetivo é facilitar a criação de novos partidos. Na prática, as mudanças em discussão, se aprovadas, seriam a sentença de morte do PDT de Leonel Brizola, que já não é considerado como um aliado no Planalto.
A proposta está em discussão na Casa Civil, mas um de seus principais inspiradores não é o ministro José Dirceu, mas o ministro das Comunicações, Miro Teixeira, um dos mais interessados na mudança. Miro negocia sua entrada no PMDB ao mesmo tempo em que articula o projeto, cuja aprovação permitiria a ele deixar o PDT e ainda inviabilizar o antigo partido, tirando dinheiro e voz de Leonel Brizola.
De acordo com a proposta apresentada a congressistas, se três quintos dos deputados de uma sigla decidirem fundar uma nova agremiação, o novo partido terá direito ao tempo de TV e aos recursos correspondentes do fundo partidário. Pelas regras atuais, tempo e dinheiro ficam com o partido de origem. Pelos cálculos do governo, Miro pode deixar o PDT levando de 10 a 12 dos 16 deputados da legenda.
Pelo projeto em discussão, se isso viesse ocorrer, o PDT perderia a maior parte dos R$ 2,8 milhões do fundo partidário que tem previstos para este ano e dos 20 minutos de que dispõe em cadeia nacional de rádio e TV.
Com tempo de TV e dinheiro, o novo partido poderia atrair também deputados de outras legendas de oposição, como o PSDB, que querem aderir ao governo, mas se acham sem opções.


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