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PF retém dados de agência de Valério
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
A Polícia Federal cumpriu ontem mandado de busca e apreensão no escritório de contabilidade
Prata e Castro Consultores Associados Ltda., de onde levou documentos fiscais da agência SMPB
Comunicação, da qual Marcos
Valério de Souza é sócio. A operação durou mais de seis horas.
Foi a primeira ação da PF contra
Valério, apontado pelo deputado
Roberto Jefferson (PTB-RJ) como
suposto "operador" do tesoureiro
do PT, Delúbio Soares, no esquema do "mensalão". O publicitário
também foi citado pela sua ex-secretária Fernanda Karina Ramos
Somaggio como a pessoa que levava dinheiro para Brasília.
Uma equipe da PF, chefiada pelo delegado de Brasília Cláudio
Ribeiro Santana, saiu às 14h25 do
escritório em Belo Horizonte,
com quatro grandes caixas de documentos fiscais e 20 discos rígidos de computadores.
Os agentes chegaram ao prédio
por volta das 7h30. Quinze minutos depois, quando o escritório foi
aberto, mostraram o mandado de
busca e apreensão expedido pelo
juiz Jorge Gustavo Serra de Macedo, da 4ª Vara da Justiça Federal
em Belo Horizonte.
Segundo a assessoria da Justiça,
o pedido da PF foi apresentado
anteontem, com o argumento de
que poderia estar ocorrendo uma
tentativa de ocultação de provas.
O pedido feito abrangia ainda a
sede da SMPB e a casa de Valério.
Após consultar a Procuradoria, o
juiz só autorizou a busca no escritório de contabilidade.
Após as buscas, o delegado disse
apenas que se tratava de apreensão de documentos fiscais de Valério e da SMPB e que as investigações estão correndo sob sigilo.
Às 13h30, uma hora antes de a
PF deixar o local, apareceu no escritório o advogado Edmar Pereira Cardoso, que trabalha para a
SMPB e a DNA, outra agência da
qual Valério é sócio. Ele disse que
ficou sabendo da operação e que
foi para o local porque o escritório
estava sem assistência jurídica.
Segundo Cardoso, a contabilidade da SMPB não é feita pelo escritório. Disse que a agência "tem
contabilidade própria" e usava o
escritório apenas para guardar
documentos de contabilidade antiga. Ele disse que todos os discos
rígidos foram levados e que a empresa, que atende mais de 60
clientes, não tem como funcionar.
"Vamos ter de levar 20 HDs para a PF fazer cópias para que a empresa possa funcionar", disse o
advogado, segundo o qual o mandado não explicava os motivos da
ação. Ele acompanhou o gerente
do escritório até a Justiça, para
prestar depoimento, que foi liberado em seguida e não quis falar.
Cardoso não disse o nome do dono do escritório, mas a Folha apurou que pertence a Mauro Aurélio
Prata, que não foi localizado.
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