|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Garotinho quer trocar relator da CPI
PLÍNIO FRAGA
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente regional do PMDB
fluminense, Anthony Garotinho,
anunciou ontem que entrará na
Justiça para que o PMDB cumpra
determinação de sua convenção
nacional e entregue os cargos do
partido na administração Lula.
"Não podemos neste momento
nos confundirmos com toda essa
lama que está escorrendo da rampa do Planalto", disse, após participar da inauguração de indústria
em Duque de Caxias (RJ).
Fustigado pela tentativa de Lula
de ampliar a presença do PMDB
no ministério e assim sepultar as
chances de uma eventual candidatura à Presidência, Garotinho
ampliou a articulação contra os
peemedebistas da ala governista.
Garotinho comandou a destituição do líder do PMDB na Câmara, José Borba (PR), que foi
substituído por Saraiva Felipe
(MG), da ala antigovernista. Garotinho quer que o líder troque os
peemedebistas governistas na
CPI dos Correios por peemedebistas antigovernistas, dando assim maioria à oposição na CPI.
Na CPI, o governo acreditava ter
19 votos contra 13 da oposição. Na
votação secreta que elegeu o presidente da CPI, o governo obteve
17 votos, e a oposição 15. Caso o
PMDB substitua por oposicionistas os três membros governistas
que integram a CPI, os aliados de
Lula perderão a maioria na comissão. A troca de indicados pelo
líder atingiria até o relator, o deputado Osmar Serraglio. Saraiva
Felipe, o novo líder, deve anunciar a decisão na próxima quarta.
Garotinho ligou para o presidente nacional do PMDB, Michel
Temer, para comunicar a decisão
do diretório estadual do Rio de ir
à Justiça para tentar forçar que os
peemedebistas deixem o governo,
sob ameaça de punições.
"A convenção nacional é a instância soberana do partido. A
convenção diz o seguinte: quem
não entregar o cargo é passível de
punição. Essa punição vai desde o
afastamento temporário até a exclusão dos quadros partidários.
Se o diretório nacional não aplicar
isso agora, nós, do diretório do
Rio de Janeiro, vamos fazer."
Garotinho reagiu assim à possibilidade de ampliação da presença do PMDB no ministério de Lula. "A estratégia do governo é escolher figuras fisiológicas do partido e que se sintam atraídas por
esse mar de lama", afirmou.
Ex-aliado de Lula, Garotinho
disse que o país tem um "presidente-refém": "Refém do sistema
financeiro, refém da aliança conservadora que montou no Congresso, refém de si próprio, porque não pode cumprir as promessas que fez em campanha".
Garotinho disse que se caminha
para a comprovação da existência
do "mensalão", o que o levaria a
defender a cassação de Dirceu.
Texto Anterior: Outro lado: Genu não vai à Câmara desde a 1ª denúncia contra si Próximo Texto: Toda mídia - Nelson de Sá: A mão estendida Índice
|