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Oposição tenta acordo sobre CPI
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Representantes dos partidos de
oposição reúnem-se hoje no Rio a
fim de discutir a abertura de uma
CPI (Comissão Parlamentar de
Inquérito) para investigar as ligações de Eduardo Jorge Caldas Pereira, ex-secretário-geral da Presidência, com o juiz foragido Nicolau dos Santos Neto. O encontro
será na sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI).
Os líderes do PT, PDT, PSB e PC
do B vão analisar as possibilidades de abertura da CPI e discutir
uma estratégia que viabilize a instalação da comissão. O PPS não
participará da reunião.
O grupo ainda vai aparar as
arestas em relação ao foco da investigação da comissão.
Na semana passada, integrantes
da corrente Articulação, majoritária no PT, defenderam que ela
deve se restringir ao ex-secretário-geral da Presidência, poupando o presidente Fernando Henrique Cardoso e o ministro do Planejamento, Martus Tavares.
Divergência
O PDT quer uma investigação
mais ampla, apurando todas as
obras superfaturadas. "É consenso de todos. Pode estar havendo
divergências de palavras, mas no
fundo todo mundo quer a CPI",
disse o líder do PDT na Câmara,
Miro Teixeira (RJ).
Teixeira disse acreditar que será
uma tarefa árdua a abertura dessa
CPI, a começar pela coleta de assinaturas.
"Não podemos enganar e frustrar a opinião pública com falsos
anúncios. Como não temos o número suficiente de assinaturas para garantir a instalação da comissão, teremos que conquistar novos apoios", afirma.
O deputado defende que a comissão investigue todas as obras
sabidamente superfaturadas ou
em que há suspeitas de superfaturamento para chegar ao que ele
chama de "núcleo de poder".
"Restringir ao Eduardo Jorge
será uma iniciativa tímida. É preciso investigar os três poderes,
pois já está comprovado que R$
200 milhões não somem sem a
participação de pessoas desses setores. É um crime continuado",
diz Teixeira.
O deputado federal Milton Temer (PT-RJ), da corrente petista
Refazendo, também defende a
abertura de comissão de inquérito. Na avaliação dele, a investigação deveria apurar "as relações
promíscuas do conjunto de pessoas em torno do Planalto".
Temer já protocolou na Câmara
uma denúncia por crime de responsabilidade contra o presidente Fernando Henrique Cardoso.
"A afirmação de Eduardo Jorge
de que ele indicava os juízes classistas para o TRT de São Paulo é
uma confissão de interferência
entre poderes e obstrução da Justiça. Ele deve ser processado por
isso", disse o deputado.
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