São Paulo, segunda-feira, 24 de julho de 2000


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Bonsaglia já foi ameaçado

DA REPORTAGEM LOCAL

Menos de seis meses depois de assumir o cargo de procurador da República em São Paulo, em 1991, Mário Luiz Bonsaglia teve ligações telefônicas grampeadas, recebeu cartas anônimas e várias ameaças de morte.
Tudo porque havia decidido seguir à risca a recomendação do subprocurador-geral Cláudio Fonteles, no curso de introdução do MPF, em Brasília: "Vocês têm que pegar os tubarões".
Recém-nomeado, Bonsaglia fora designado para o inquérito das importações superfaturadas de equipamentos de Israel para as universidades paulistas e para as polícias, no governo Orestes Quércia (PMDB). Como credencial para a indicação, valeu sua experiência na Procuradoria do Estado, quando criara a fama de ser um "procurador combativo".
Essa vocação, contudo, só viria a se firmar depois de muita hesitação ainda na época de estudante, no município de Avaré (SP).
Bonsaglia hesitava entre estudar física ou medicina, tendo também frequentado o curso de jornalismo. Em 1982, trancou a matrícula no curso de direito e fez vestibular de medicina. Dois anos depois, abandonaria as pretensões de vir a ser médico e prestou concurso para procurador.
Quando sofreu as maiores pressões no caso das importações de Israel, Bonsaglia contou com o apoio do então procurador-geral da República, Aristides Junqueira, e da procuradora-chefe em São Paulo, Cleide Previtalli Cais.
O episódio inauguraria a rotina de escalar nos casos mais complexos um grupo de procuradores, distribuindo os riscos. (FV)


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