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Blat atuou no caso Favela Naval
DA REPORTAGEM LOCAL
Em 1983, o estudante de direito
José Carlos Blat teve a certeza de
que queria ser promotor ao assistir a um júri simulado. O papel de
acusador foi desempenhado por
Alberto Marino Júnior, ex-desembargador do TJ de São Paulo.
"Eu me identifiquei com a figura do acusador." Hoje, Blat comanda o setor de combate ao crime organizado no Ministério Público Estadual. "Jamais imaginei
chegar aqui." Fez uma carreira rápida, tendo atuado nas áreas de liquidação extrajudicial de bancos
e na promotoria de falências. Católico, vai à missa todo domingo.
Blat começou como promotor
em Miracatu. Em Diadema, participou de mais de 300 júris. Ele não
gosta das atividades burocráticas,
que define como as de "carimbador de feitos ou derrubador de pilhas". A experiência de sair do gabinete é considerada valiosa. Blat
diz que a "a integração entre promotor e delegado evita o vaivém
do inquérito policial".
No caso mais rumoroso em que
atuou, o crime da Favela Naval
(execução de um popular por um
policial da PM), a denúncia foi
oferecida 12 dias após o incidente.
Numa das operações mais difíceis, acompanhado de apenas
quatro agentes, Blat teve que fazer
uma apreensão de armas contrabandeadas numa delegacia e
prender policiais em flagrante.
Para evitar o corporativismo, Blat
se dirigiu ao delegado, que recém-assumira e não estava envolvido
diretamente no crime: "O senhor
me daria a honra de cumprir este
mandado de busca e apreensão?"
Não houve resistência.
(FV)
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