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CPI só deve terminar após as eleições
DA AGÊNCIA FOLHA
Após ter colhido depoimentos de 20 testemunhas, os vereadores da CPI criada em Santo André para apurar supostos
casos de extorsão de empresários para financiar campanhas
políticas do PT ainda não sabem opinar sobre a necessidade de promover acareações.
Alegando excessivo número
de documentos, os cinco vereadores da comissão (todos da
base de sustentação do prefeito
João Avamileno) também admitem que a CPI pode terminar só após as eleições.
Na semana passada, o prazo
dos trabalhos da comissão foi
prorrogado pela Câmara Municipal por mais 30 dias. "Temos até 20 de setembro para elucidar o caso, mas eu não
quero trabalhar sob pressão",
disse o relator da comissão, vereador Donizeti Pereira (PV).
Os empresários Sérgio Gomes da Silva e Ronan Maria
Pinto e o vereador Klinger Luiz
de Oliveira (PT), que está afastado da Secretaria de Serviços
Municipais, são acusados pela
Promotoria, ao lado de outras
três pessoas, de chefiar uma suposta máfia da propina. No fim
de julho, a Justiça acolheu a denúncia dos promotores. Todos
negam envolvimento no caso.
Em reunião na última quarta,
os integrantes da CPI decidiram dividir entre si uma série
de documentos. Segundo eles,
a questão das acareações somente será discutida em encontro marcado para a próxima quarta-feira. Segundo eles,
uma bateria de confrontos cara
a cara somente será necessária
caso não haja documentos que
possam esclarecer as contradições dos depoimentos.
Uma possível acareação seria
entre João Francisco Daniel, irmão do prefeito assassinado
Celso Daniel (PT), e Gilberto
Carvalho, ex-secretário de Governo e assessor do presidenciável petista, Luiz Inácio Lula
da Silva. À CPI, João Francisco
disse que soube de um suposto
esquema de propina durante
conversa com Carvalho, que
negou a versão.
Outro encontro seria entre os
empresários Ronan Maria Pinto e Sebastião Passarelli, seu ex-sócio. Passarelli afirmou à CPI
que entregou a Ronan, ao menos uma vez, um "pacote" com
R$ 40 mil. Ronan negou.
(EDUARDO SCOLESE)
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