São Paulo, sábado, 24 de agosto de 2002

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CPI só deve terminar após as eleições

DA AGÊNCIA FOLHA

Após ter colhido depoimentos de 20 testemunhas, os vereadores da CPI criada em Santo André para apurar supostos casos de extorsão de empresários para financiar campanhas políticas do PT ainda não sabem opinar sobre a necessidade de promover acareações.
Alegando excessivo número de documentos, os cinco vereadores da comissão (todos da base de sustentação do prefeito João Avamileno) também admitem que a CPI pode terminar só após as eleições.
Na semana passada, o prazo dos trabalhos da comissão foi prorrogado pela Câmara Municipal por mais 30 dias. "Temos até 20 de setembro para elucidar o caso, mas eu não quero trabalhar sob pressão", disse o relator da comissão, vereador Donizeti Pereira (PV).
Os empresários Sérgio Gomes da Silva e Ronan Maria Pinto e o vereador Klinger Luiz de Oliveira (PT), que está afastado da Secretaria de Serviços Municipais, são acusados pela Promotoria, ao lado de outras três pessoas, de chefiar uma suposta máfia da propina. No fim de julho, a Justiça acolheu a denúncia dos promotores. Todos negam envolvimento no caso.
Em reunião na última quarta, os integrantes da CPI decidiram dividir entre si uma série de documentos. Segundo eles, a questão das acareações somente será discutida em encontro marcado para a próxima quarta-feira. Segundo eles, uma bateria de confrontos cara a cara somente será necessária caso não haja documentos que possam esclarecer as contradições dos depoimentos.
Uma possível acareação seria entre João Francisco Daniel, irmão do prefeito assassinado Celso Daniel (PT), e Gilberto Carvalho, ex-secretário de Governo e assessor do presidenciável petista, Luiz Inácio Lula da Silva. À CPI, João Francisco disse que soube de um suposto esquema de propina durante conversa com Carvalho, que negou a versão.
Outro encontro seria entre os empresários Ronan Maria Pinto e Sebastião Passarelli, seu ex-sócio. Passarelli afirmou à CPI que entregou a Ronan, ao menos uma vez, um "pacote" com R$ 40 mil. Ronan negou.
(EDUARDO SCOLESE)



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