São Paulo, terça-feira, 24 de setembro de 2002 |
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GOVERNO Presidente critica setores que sugerem outro modelo de desenvolvimento "Não aceitamos um falso nacionalismo", afirma FHC
CHICO SANTOS CRÍTICAS INFUNDADAS - "Ficamos muito satisfeitos em poder
ter acompanhado o desenvolvimento do setor de supermercados (...) É uma demonstração do
dinamismo da nossa economia
(...) Isso é um bom antídoto para
tantas críticas infundadas, tanta
demonstração de ignorância sobre o que acontece realmente na
economia brasileira a que a gente
assiste a cada dia, até com certa,
eu diria, pena, de ver repetirem-se
uma série de jargões que não correspondem absolutamente aos
processos reais." ESCASSEZ - "É claro que em matéria econômica é sempre possível
apontar problemas. Aliás, economia é a ciência da escassez (...) Se
tivéssemos que administrar a
abundância, não haveria o que fazer." CEGUEIRA - "Uma coisa é a divergência honesta sobre qual é o melhor caminho a seguir. Outra coisa é manipulação de dados para
mostrar que não há caminho, que
está tudo indo mal, que está tudo
piorando (...) Pode-se até divergir
sobre os fatos. O fato em si mesmo não explica muito a coisa. É
preciso contextualizá-lo (...) A
única coisa que não ajuda é a cegueira. É quando se põe poeira na
frente dos olhos. E o pior: quando
se põe poeira na frente dos olhos
do povo, e fica uma sensação de
que não estamos caminhando." CRESCIMENTO - "O crescimento
da economia não foi o que se desejava. Que não foi o que se desejava, é verdade, mas não foi por
causa da inflação, foi por outros
fatores. Ainda assim, de 1993 a
2001, é só fazer os cálculos, o crescimento acumulado foi de 31%.
Ninguém faz cálculos quando é a
favor (...) Porque a média foi
2,7%, 3%... É baixa para o que nós
queremos, mas foi contínua." OUTRO LADO - "Até há quem fale
de um outro modelo. Que modelo
seria esse? Com obstáculos ao desenvolvimento? O que estamos fazendo é retirar os obstáculos ao
desenvolvimento. Querem colocar? Querem um modelo desfavorável ao investimento? Como é
que cresce, se o modelo não for favorável ao investimento? Querem
aumentar a exclusão? Porque nós
estamos é aumentando a inclusão
(...) Não há um só indicador social, de acesso por parte da população, que não vá na direção da
universalização." NACIONALISMO - "Não aceitamos um falso nacionalismo, que
leva o país para trás. O nosso é o
nacionalismo de um país que
quer ser grande para o seu povo e
não grande para alguns aproveitadores de slogans." INFLAÇÃO - "É fundamental
manter a inflação sob controle. Se
se imagina um outro modelo no
qual a inflação não esteja sob controle, pobre povo! Porque quem
paga o descontrole da inflação é o
mais pobre. Só que paga sem saber o que está pagando. É o sofrimento diário. E aí é fácil expandir
gastos sem nenhum controle." INVESTIMENTO - "Recebemos,
nos anos do real, US$ 150 bilhões
sob a forma de investimentos diretos no setor produtivo. Quando
eu era ministro da Fazenda (1993/
1994) nós recebíamos US$ 1 bilhão no primeiro ano e US$ 2 bilhões no segundo (...) É uma mudança qualitativa extraordinária." QUASE SUICÍDIO - "Sem dúvida,
seria um quase suicídio pensar
em fechar a economia outra vez,
em fazer barreiras tarifárias e fazer com que haja algum setor protegido no Brasil. Protegido para
quê? Para enriquecer o dono da
empresa e empobrecer o trabalhador, que vai ter que comprar o
produto mais caro e de pior qualidade. Esse tipo de desenvolvimento não quero para o Brasil." PASSADO - "O Brasil precisa ter
força própria. E força própria é
capacidade de discernir, de escolher, mas não pode ser a capacidade de olhar para o passado só. O
passado nos inspira para que possamos guardar o que dele foi bom
e corrigir o que dele foi ruim. Mas
ele não pode ser um peso para impedir que o Brasil enfrente o desafio do mundo atual." IGNORÂNCIA - "A ignorância é a
mão da pobreza. Não é possível
avançar sem competência. Não é
possível avançar sem que se tenha
coragem de dizer as coisas como
elas são." |
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