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Discurso prega "disciplina" contra volta da inflação
LEILA SUWWAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em Brasília, o presidente Fernando Henrique Cardoso alertou
ontem para a impossibilidade de
cumprimento das promessas de
gastos públicos dos candidatos à
sua sucessão, para os quais "o céu
é o limite". Pregando a "disciplina
financeira" e reconhecendo que já
se chegou ao limite de aumento
de impostos, FHC insistiu na possibilidade de volta da inflação.
"[A distribuição do Orçamento]
é uma ginástica complexa que só é
boa quando a gente é candidato,
porque aí o céu é o limite. E [o
candidato] oferece tudo. Quando
chegar a hora de realizar, vai ver
que restrições são grandes e que é
preciso manter prioridades dentro das restrições", disse em discurso para cerca de cem pessoas
ligadas à área médica, no lançamento da 4ª Campanha Nacional
de Doação de Órgãos e Tecidos.
"A restrição diz respeito a que a
sociedade tem um limite do que
ela pode pagar sob forma de imposto. Mais do que um certo limite não pode, e eu creio que nós
chegamos já a ele", completou.
Para FHC, "é preciso que o Brasil não perca o rumo da responsabilidade fiscal, não volte ao processo inflacionário. Se o governo
solta a rédea e começa a gastar
mais do que pode, é questão de
poucos meses, e o povo paga sob a
forma de inflação".
Para o presidente, os governos
anteriores estavam "casados"
com a inflação porque a desvalorização da moeda ajudava a equilibrar o orçamento estourado.
"A inflação muita gente gosta
ou gostava no passado porque
não precisava de lei para aumento
de imposto, era automático [...]. A
inflação faz sempre bem aos governos porque é muito fácil gerir
um Orçamento quando se tem inflação, é só atrasar", disse.
Ao lembrar os avanços da Saúde, FHC citou duas vezes o nome
do candidato governista à Presidência, José Serra. Apesar disso,
disse que as melhoras no setor se
devem ao trabalho de muita gente: "Não foi só um ministro".
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